"PÊPÊ no APÊ do PEPÉ"
Será melhor eu traduzir ou desmembrar logo o que significa o exótico título, a fim de que o (a) leitor (a) continue lendo. Caso contrário, tudo o que escrevi seria em vão. Primeiramente, posso garantir que não se trata de nada relacionado à língua tupi-guarani ou algo parecido. O que eu pretendo dizer é o seguinte: “Tiroteio no apartamento do Expedito”. Se ficar melhor, que o seja assim. Mas, não precisa se assustar. Apesar do fato ter sido verídico, infelizmente, o mesmo pode ser repetido ou não. Desde que cada um se coloque no seu devido lugar e, principalmente, respeite sempre uma pessoa que está comprometida. Afinal, quem não sabe que a violência gera violência?
Pepé era a alcunha de um rapaz nordestino , chamado de Expedito. O qual chegou nessa megalópole paulista, trazendo na mala, além de poucas roupas, infelizmente, um revólver. Não, ele não era nenhum meliante profissional. Mas, apesar de ter nascido numa família pacata, humilde,desde criança que ele sempre se envolveu em brigas na rua, no colégio, bares, clubes e por onde andava. Em síntese: tinha um temperamento violento, sem dúvida. Por esse motivo era considerado a “ovelha negra” da sua família.
Quando ele deixou a sua cidade, muitas pessoas, principalmente seus desafetos sentiram-se aliviados e mais tranquilos. Quem não ficou assim foi a sua família, principalmente, sua mãe, a quem tanto fez sofrer. Mas amor materno sempre transcende a imaginação humana. O certo é que, logo que o tal Expedito pisou em São Paulo, no mesmo dia não brigou...Também seria o cúmulo! Mas, em compensação, na euforia da sua chegada, já no bar onde foi tomar as primeiras cervejas, conheceu os primeiros indivíduos de má índole e considerados violentos. Mesmo sendo avisado por seus parentes e conterrâneos, não deu muita atenção. No dia seguinte, lá estava ele com os mesmos elementos e pelo visto, já estavam programando algo de pouca reputação.
Pela maneira como levava a vida, sem fixar em nenhum emprego e sempre se envolvendo em brigas e confusões, todos já previam que o seu fim não seria nada bom. E não deu outra. Certa noite, após se envolver com uma mulher casada, o cônjuge da mesma, ao tomar conhecimento foi logo tirar satisfações com o “ricardão” Pepé. Encaminhou-se à residência do mesmo já prevenido. E realmente foi recebido à bala. Só que o Pepé não esperava que marido traído estivesse também armado. E na troca de tiros, não deu outra: o Pepé levou a pior. E a partir daquela noite violenta, nunca mais ele se envolveu em violência. Pois foi morar na “cidade dos Pés juntos”, infelizmente...É a vida! Aliás, é a morte! Afinal, quem procura, acha. Só que o assassino, ao agir por impulso, eliminando o rival, pensava que voltaria à vida normal com a esposa adúltera, estava completamente equivocado. Foi preso em flagrante e a sua reputação ficou mais feia e complicada. Tomou uma atitude pior do que o outro que ao flagrar a esposa traindo com outro no sofá da sua casa, simplesmente, no mesmo dia, tocou fogo no coitado do sofá!...É aquela história: cada um, cada um!
João Bosco de Andrade Araújo
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