DOR DE BARRIGA

Todo poder se torna fingido, falso e falseador quando se tem estúpidos à sua frente regendo-o. O poder como obra humana, sendo o homem seu padrasto adotivo, e como o homem tem por sina e ofício peculiar ser estúpido... onde irá parar esse poder humano? Afinal, sabemos que na selva os bichos também se organizam através de um poder animal. Por sinal, um poder longe, mas bem distante mesmo da hipocrisia humana. Bem além da corrupção e do fingimento humanitário.

Todo e qualquer ato de corrupção é ordenado por uma razão carente... nesse caso, toda e qualquer emoção fica subjugada pela sepultura das cabeças que requerem desejos em prol dos prazeres dos corpos.

O direito sempre foi um jogo de campo minado em função do benefício de quem governa o Estado. Estas não são palavras minhas, não sou eu quem diz isto ineditamente. Outros pensadores já afirmaram esse jogo horrível entre Estado e Direito em que o objeto da brincadeira, ou melhor, da chacota, fica sendo o PODER. O problema é que as sociedades têm nariz, mas não olfato; boca, mas não paladar; orelhas, mas não ouvidos; cabeças, mas não cérebros; têm corpos, mas sem coração.

Quando o governo concede uma cesta básica ao favelado, ao desnutrido ou ao sertanejo miserável, não é por piedade ou pelo direito à alimentação, é apenas para que o indigente vá às urnas eleitorais estampando um sorriso falso e amarelo na cara. A vida e a liberdade somadas à dignidade e divididas pelo prazer de viver são coisas que vão muito além de uma simples esmola que mata a fome pela manhã ao acordar, mas fará tardar um sono por culpa de uma dor no estômago causada pela mesma fome, só que desta vez, não morta, mas viva a ponto de gritar que uma enfermidade precisa de cura desde que se tenha o remédio necessário.