Imagem: A Ninfa Eco observa Narciso - J. Willian
Música: Preludio - Brahms


O preço do amor
 
Sempre escrevi sobre os aspectos psicológicos, científicos e filosóficos. A vida, as leituras e a minha profissão assim me ensinaram. Mas, hoje resolvi escrever algo diferente, deixei de lado o academicismo, o cientificismo e as normas pré-concebidas para falar de um assunto que faz parte de nossas vidas, ou melhor, que é razão de nossas vidas...

Parei por alguns instantes para refletir antes de começar a escrever e cheguei à conclusão que existem escolas para tudo, ou para quase tudo. Ostentamos diplomas nas paredes, colecionamos certificados, e com razão, nos orgulhamos deles.
Existem pessoas que não colecionam diplomas e certificados, mas, possuem um grande celeiro de realizações e conquistas.

Diplomas, certificados, realizações e conquistas, sem dúvidas nenhuma, inflam o ego do ser humano. Hoje medimos um indivíduo pelo grau de instrução, pelos seus bens, conta bancária ou pelo grau de influência que ele exerce. Mas, esquecemos que tudo isso é passageiro... A melhor maneira de avaliar uma pessoa é pela sua capacidade de amar.


O amor não tem preço. Se tivesse preço teríamos que escolher uma moeda de troca. Ouro, prata, glebas de terras, riquezas do mar, pedaço do céu, papel moeda de países estáveis seriam insuficientes para barganhar o amor. O amor é um sentimento nobre, não um patrimônio, uma mercadoria para ser barganhado.

Eu diria que o amor é uma herança Divina. E por que uma herança Divina? Porque o amor não é um bem material e porque não existem escolas que ensinam o ofício do amor.  Somos frutos do amor, nascemos do amor e o amor é razão da vida de todos os seres humanos. Se o recebemos sem nenhum custo, temos que oferecê-lo em abundância sem esperar nada em troca.

Existe varias formas de heranças: material, genética, histórica, cultural, cientifica, filosófica e tantas outras. Mas, nenhuma se iguala a herança Divina do amor. O amor como herança Divina não é um privilégio de poucos. Ele é dado igualitariamente para todos na medida e na quantidade certa. Se recebermos uma herança e não a cultivarmos, com certeza, ela se definhará. Com o amor não é diferente.

Muitas pessoas jogaram essa herança no lixo e a humanidade assistiu o caos. Por outro lado, tivemos pessoas que cultivaram e transbordaram em amor e hoje suas obras e suas vidas servem de exemplo para a humanidade.

Na grande seara da vida existe o amor e a falta de amor. Para mantê-lo vivo e para multiplicá-lo precisamos desenvolver a nossa capacidade de amar. Para desenvolvermos qualquer capacidade temos que ter vontade, renuncia e muita dedicação. O caminho do amor é como qualquer caminho da vida. Encontramos espinhos e flores...

Não há vida sem amor. O que existe é vida sem a manifestação do amor. Tem pessoas que deixam o amor morrer sem dar a ele a mínima condição de renascer. Por outro lado, existem pessoas que suas vidas são uma perene manifestação de amor...


Roberto Pelegrino
Enviado por Roberto Pelegrino em 07/10/2009
Reeditado em 11/08/2010
Código do texto: T1852720