Josué venceu

As surpresas da vida

Dá a impressão de que vamos falar da muralha de Jericó, e daquele Josué, sucessor de Moisés, e tudo mais... Bem, essa história eclesial ficará para outra ocasião. Este Josué, que Deus o tenha, há muito tempo foi um tecelão, daqueles que vestia a camisa da empresa. Era pobre, e honesto, portanto, de bons princípios, nada contra a rica honestidade... Não vamos narrar a sua vida, pois, o que pretendemos é, escrever um conto verídico.

Josué morava numa pequena cidade do interior do estado de S. Paulo, onde existia a respectiva tecelagem. Acordava às quatro horas “da manhã”, e logo saia para a labuta diária antes do dia clarear. Numa daquelas madrugadas frias, nas quais Josué andarilhava envolto nos seus problemas, um quilômetro para chegar ao seu serviço, ao percorrer a metade do percurso se deparou com um pacote gemendo sobre a calçada estreita. Estava um breu, o tempo frio e trevoso tisnava qualquer visão aquilina. Alguém passava mal e sussurrava palavras de socorro... Pode notar que era um homem. Pareceu-lhe alguém familiar, mas naquele instante tratou mesmo de salvar o pobre homem. Jogou o moribundo sobre as costas e seguiu para o hospital, mais conhecido por Santa Casa de Misericórdia. Ao chegar ao hospital levou um choque, era Plínio, seu grande desafeto. Josué havia se separado de Matilde, seu grande amor, justamente por causa de Plínio, qual passou assediá-la, até que um dia houve um quiproquó danado, pois, Josué foi tirar satisfações com Plínio, que fora o seu melhor amigo. E o pior aconteceu, Josué estava armado com uma velha garrucha qual pertencera ao seu avô. Resumindo, saíram no braço e, Josué deu um disparo à queima-roupa... Naquele momento, Plínio segurava a arma, conseguindo desviar o tiro que pegou de raspão, etc. Finalizando, foram ambos para a delegacia. Lavrado o BO – Boletim de Ocorrência e Exame de Corpo de Delito, Josué ficou engaiolado por uma semana, Plínio foi dispensado, enquanto, abria processo por agressão, etc. Após algum tempo, acordaram em segredo que, Plínio ficasse com Matilde, já que ela assim o desejava. Ao carregar Plínio sentia um ardume em suas costas e nádegas. Era a baba de Plínio, posto que tivesse ingerido uma mistura de soda cáustica com pó caveira mais conhecida por: Formicida. Era suicídio mesmo, ou seria homicício! Bem, na realidade as complicações estavam para recair sobre os ombros de Josué. Acusaram-no de ter envenenado Plínio, qual veio a entrar em óbito. A justiça reviu o antigo processo passional contra Josué julgando-o culpado. Porém, no local onde foi encontrado Plínio caído na calçada estreita, havia um terreno baldio, e ao vasculharem o local encontraram uma blusa feminina na cor vermelha juntamente com os indícios das drogas mortíferas. A polícia não teve muita dificuldade para chegar até a dona daquela blusa. Fora Matilde, que confessou o crime praticado por ela e mais dois autores, amantes da desclassificada prostituta.

Então, Josué venceu mais uma etapa de sua pacata vida interiorana.

jbcampos
Enviado por jbcampos em 07/10/2009
Código do texto: T1852332
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