Violência

O que é violência? Esbofetear, espancar, roubar, furtar, matar? Essas são formas de violência tão comuns que a gente acaba desconsiderando outros tipos de violência, que na verdade são os pontos de partida para essa violência acima. Furar fila, desrespeitando quem se sujeita a estar nela, mesmo que impacientemente, furar a mesma fila pedindo a um “amigão” que está lá na frente da fila que pague o seu boleto ou faço o seu jogo na loteca.; roubar a vaga de carro do cara que está a mais de meia hora aguardando dentro do carro, sob um sol escaldante ou uma chuva torrencial; pedalar pelas calçadas sem pensar que ela foi feita para pedestres de todas as idades e que não tem obrigação de ter reflexo para fugir dos “espertos”. Colocar o lixo na calçada – do vizinho- ao alcance dos cachorros que fazem o favor de espalhar o lixo pela rua para que os vagabundos dos lixeiros, que vivem no ócio não percam seus empregos . É. Já vi na TV um cara de pau soltar esse argumento para jogar papel no chão. Os espertos não guardam seus lixos para o dia em que o caminhão de lixo passa, não respeitam regulamentos se esses regulamentos contrariam a sua “soberana vontade”.Tem gente que joga nas calçadas as cadeiras velhas, sofás, como se a via pública fosse terra-de-ninguém e obrigação da prefeitura de mantê-la limpa. Levam seus cachorros pela coleira para fazerem xixi e cocô em frente à casa de um vizinho nem tão vizinho assim, e saem, faceiros. Dá até vontade de ser escatológico e gritar “Allááá, o dono cagão do cachorro cagado”, mas isso também é violência, portanto, pulem essa parte. Esses pacatos cidadãos plantam ciprestes que invadem o passeio, sem se preocuparem com os idosos, cada vez em maior número - que são obrigados a dividirem as ruas com os carros- esquecendo, até, que eles mesmos vão envelhecer. Mas não estão nem aí, pois, provavelmente, depois de favelizarem o lugar onde moram e, de estimularem a violência, vão se mudar pra um lugar menos violento, porque já não agüentam mais tanta violência. E são esses os que mais clamam por direitos e cidadania, os que mais reclamam do desinteresse dos governantes em manter as cidades habitáveis, com educação, saúde e segurança pública de qualidade.