PREGOS E FLORES


A maior conquista do ser humano é aprender a viver com simplicidade. Quando olho para trás e vejo o quanto deixei pelo caminho, bendigo o fato de já ter vivido o suficiente para aprender a descartar o peso perverso da inutilidade e da futilidade.
Por que complicamos o simples? Será, que como pregos, nascemos para levar na cabeça? Por que martelamos pregos inúteis e fúteis?

São inegáveis as belezas da juventude, os verdes anos e planos, a alegria, a ânsia de grandes conquistas, enfim, vivemos a planejar a vida e a sonhar a felicidade, é primavera ainda.
Vão-se as flores, as inseguranças e dificuldades são muitas e as expectativas por demais grandiosas. Grandioso também é o medo de pouco ou nada conquistar e deixar a vida esvair-se em branca nuvens, sem ter marcado presença, sem ter feito nada de memorável, sem ter o êxito, o reconhecimento e o sucesso tão planejado e sonhado.
Ainda não aprendemos o quanto viver é melhor do que planejar e que, na maioria das vezes, planos são inúteis, quando não fúteis.

Perseguindo nossas metas e sonhos, equivocadamente permanecemos pregados ao roteiro estabelecido e auto-imposto e vamos acumulando pregos e pregos.
Preceitos, conceitos, preconceitos, obrigações, compromissos e desejos fúteis e inúteis são verdadeiros pregos cravados na parede da existência, limitando, machucando e impedindo as melhores conquistas.

Tire o prego da parede! Aproveite a singularidade da vida, reconheça a  inutilidade de planos rígidos, descarte futilidades, burle seu próprio roteiro, aprecie a beleza do momento. Viva um dia de cada vez. 
A vida é sempre uma bela surpresa e, não raro, os aparentes descaminhos são caminhos mais gratificantes e felizes.
Livre de pregos inúteis, permita-se colher as flores do acaso.


Tânia Alvariz
Enviado por Tânia Alvariz em 05/10/2009
Reeditado em 07/10/2009
Código do texto: T1849082
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