O Dia da Procissão Franciscana
Hoje é dia de s. Francisco.
Minha vida nem resume a nada nesse dia. Não sou o ser mais importante. Ouço minha mãe dizer que é importante ir a procissão. Questões de fé. No mais, imagino-me individualista: não sou o ser mais importante.
Hoje é dia de procissão. E isso até que me alegra.
Em tempos de globalização acelerada, tempos de ciência versus deuses, é engraçado alguém perder o terço perto do computador. Levar pedras da na cabeça por um doença que a ciência, com todos os seus meios, não conseguira, então, descobrir.
A banda traz o santo com seu hino. Os sinos dobram para avisar a cidade que S. Francisco caminha por estas ruas cheias de lixo e areias da construção civil. A banda toca uma marcha lenta que o povo acompanha em um singela caminhada. Os sinos dobram mais alto - eu sei por que os ouço agora. As pessoas vão para as janelas. As pessoas vão para as ruas de pés descalços, de pedras na cabeça ou vestidas como o santo.
O caminhar lento, a lágrima, o riso, o burburinho, a oração concebida ali mesmo, no meio da rua. Toda a simplicidade que é feita a cristantade mais humilde. Quando o homem se vê pequeno realmente.
Ainda ouço minha mãe chamar-me a participar dessa marcha. Não quero, obrigado. Prefiro viver em minha curta questão de fé, pois, mesmo que eu não esteja na procissão, ainda faço parte dessa marcha franciscana.