LIMPANDO VELHAS GAVETAS....

 

    De vez em quando gosto de fazer uma faxina nas minhas coisas. Como não sou praticamente apegado a quase nada material, costumo guardar pequenas coisas que me tragam as melhores lembranças de épocas e situações bem vividas, só por algum tempo.

    E por favor, não me julguem um sentimental. Já tenho uma enorme dificuldade em convencer amigos e inimigos de que não sou romântico e se ao meu currículo for acrescentado que também sou sentimental, estarei perdido.

   Entre algumas tralhas que vou jogando no fundo das gavetas estão velhos livros e cadernos e nestes, os cadernos e mesmo em folhas soltas, estão rabiscados vários textos, algumas croniquetas, trovas , poesias, poemas e outras coisas assim que lá uma vez ou outra me atrevo a escrever.

    Desde que era criança gostava de ler poesias, de ouvir trovinhas, de ler alguns romances do José de Alencar e do Machado de Assis e à medida que o tempo foi passando comecei a me arriscar nos escritos embora,  continue com uma enorme dificuldade de me considerar escritor.

    Principalmente quando menciono alguns dos meus ídolos nacionais como Alencar, Machado, Drummond, Jorge Amado, algumas coisas da Clarice enfim, dos meus ídolos.

    O que na verdade acontece é que sempre gostei de registrar num papel, e agora com a grande ajuda do meu querido amigo computador, os fatos que presencio, que me ocorrem, algumas paixões, desenganos e frustrações.

   Como já disse antes, apenas escrevo. Agora, revendo antigos textos fico surpreso de tê-los escrito, principalmente aqueles que são um tanto quanto sentimentais ou mesmo românticos.

    Perdi a conta do quanto já escrevi. É bem verdade que muito dos meus escritos contêm enormes bobagens e tolices mais tem alguns , pouquíssimos claro, que até gosto e me atrevo a publicá-los.

    Escrever para mim é como se fosse um bálsamo, uma válvula de escape, uma canal em que desabafo meus sentimentos, minhas amarguras, minhas alegrias e tristezas. Muitas das vezes, evito tornar públicos meus rabiscos por uma razão muito simples.

    É porque muitos desses textos revelam a verdadeira identidade de um homem que é homem simples, sem muitos retoques , tolas vaidades e nem frescuras. Quem me conhece bem e intimamente, e são muito poucos, sabem perfeitamente que não sou uma pessoa de riso fácil, embora goste de escrever coisas engraçadas.

    Aliás, comigo acontecem muitas coisas engraçadas e muitas delas, estão retratadas no que já escrevi e a maioria delas permanecem guardadas no fundo da minha gaveta, muito bem escondidas.

    Me habituei a ir publicando meus textos aos poucos, frequentemente, sem chamar a atenção, discretamente. Afinal de contas, quem só tem meia dúzia de leitores não pode esperar um estardalhaço para cada publicação e muito menos que as redes de TV anunciem qualquer um dos meus próximos lançamentos.

    Tenho arrumado minhas velhas gavetas e jogado muitos escritos no lixo por uma razão também muito simples. Estou deixando espaço para novos textos, que certamente ficarão engavetados ainda por muito tempo.

   Tenho rejeitado esses títulos de poeta e escritor por que primeiro, poetas são aqueles que estão com muito amor para dar, oferecer sem muita cobrança e certamente receber de volta . São amados, sabem fazer lindas rimas com palavras românticas e, se dizem que sofrem é por que não perceberam o quanto são realmente amados.

   Já os escritores, considero aqueles capazes de escrever por exemplo, um bom livro. Não necessariamente aqueles que tenham edição esgotada, mas livros que contenham principio, meio e fim e que prendam a atenção do leitor.

    Tenho lido muita gente boa aqui no Recanto. Mas muita gente boa mesmo ! Poesias lindas, trovas magistrais e crônicas fantásticas.

    A cada leitura procuro assimilar tudo e o que não sei , acabo aprendendo mais e mais. A questão é que tenho velhas gavetas, algumas bem fundas, e por consequência, minhas velhas gavetas foram feitas para serem entupidas com papeis que escondem rabiscos de alguém que insiste em dizer que não é nem romântico e nem sentimental.

    Vou continuar escrevendo, mesmo porquê, a escrita é meu refúgio. Se vou mostrar o que escrevo, se vou publicar, isso é outra história....




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(.....imagem google.....)

WRAMOS
Enviado por WRAMOS em 04/10/2009
Reeditado em 19/02/2013
Código do texto: T1847436
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