AS ESTAÇÔES DA VIDA
A Primavera é a estação das flores, do reflori de algumas plantas, de algumas árvores que perderam suas folhas durante o inverno. É a estação do amor, do reproduzir as espécies de vários mamíferos , répteis e aves.
Nas zonas temperadas é o tempo do degelo, o reviver do verde das plantas, o renascer de árvores adormecidas. É quando as aves emigram de lugares mais frios para se reproduzir.
Na zona tropical não existe tanta diferença entre as estações, no entanto, nota-se a mudança, embora menor, mas sempre presente na atmosfera, na vegetação, nas flores, na fauna e nas pessoas.
Para os poetas, é a estação mais deslumbrante, mais cantada, encantada e translumbrante. É o início do ciclo da vida.
A criança e o adolescente são simbolizados pela estação primeira: a Primavera. É quando há o despertar para a mágica da vida. Tudo é novidade entusiasmo, curiosidade, teimosia e romantismo.
Depois vem o Verão, clima quente, quando nascem os passarinhos, os animais que se acasalaram, as árvores dão mais frutos, há o desabrochar das flores. É quando os jovens estão no auge da energia, namoram, se casam, procriam, produzem.
Seguindo vem o Outono, quando a natureza se prepara para o período de descaso. Caem as folhas, os frutos, as formigas armazenam viveres. Nesse período, os seres humanos já colhem seus frutos que semearam durante o verão. Criam famílias armazenam bens materiais para sobreviver no futuro mais difícil.
Chega o Inverno, quando tudo se acalma, o frio, as cores mais sombrias, em algumas lugares neva, em outros, venta. A natureza se transforma adormecida, as aves são mais silenciosas, algumas migraram, as plantas não crescem rápidas, parece que esperam.
É no Inverno , o período da vida do homem que vai colher os seus frutos que plantou durante as três estações antecedentes. Alguns terão um período tranqüilo, alegre, sossegado, pois plantaram alegrias, amizades e bondade, no entanto, outros estarão condenados à um triste destino: a solidão.
Que alegria é olhar para trás e ver a escada construída, erguida aos poucos, degrau a degrau, numa vivência cheia de dificuldades superadas com dignidade, orgulho e retidão, mesmo que não se tenha conseguido bens materiais.
Que tristeza olhar para trás e ver que a escada já existia ou foi feita nas costas de outros seres humanos ou dos irmãos menores, os animaizinhos. Uma vida cheia de enganos, falsidades e trapaças.
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Observações:
Crônica obteve “Destaque Especial” no II Concurso Nacional de Crônicas-92 do Clube Literário Brasília.
Publicado in Revista Enciclopédia Literária – do Clube Literário Brasília, mar/93 , n. 01. p. 05.
( Encarte na Revista Brasília, Grupo Brasília de
Comunicação, Brasília, março/abril de 1993, n. LXI).