De bem com a vida
Recebi uma ligação telefônica de uma pessoa que foi minha professora na época da Escola Normal. Isto há mais de trinta anos.Trinta e seis para ser mais precisa.Ao longo dos anos, em decorrência de minha atividade profissional mantivemos contatos com uma relativa freqüência. Após a aposentadoria, sempre que surgiam dúvidas em como proceder, ela me ligava. Fortaleceu-se a relação de confiança e amizade.
Pois ela ligou-me para dizer que assina o Diário da Manhã e sempre lê meus artigos e os aprecia o que, sem dúvida, deixou-me muito feliz. Recebo isto não com vaidade,mas como uma demonstração de carinho. E, como é bom sermos acarinhados,
encorajados, valorizados. Conversamos e disse-lhe que era resultado da maturidade, que em outras épocas não tinha a segurança que hoje tenho para escrever, pois temia a exposição. Hoje busco meus objetivos com determinação.Agora sei que é necessário definirmos o que queremos,o que precisamos e o que esperamos,de nós mesmos e dos outros.Sei que nem sempre o que queremos é aquilo que realmente necessitamos.É preciso saber distinguir e ser claro,conosco e com os outros.É importante reafirmar nossos desejos no aspecto profissional, afetivo, familiar e definir onde desejamos chegar.
É importante ser claro naquilo que pedimos (se for o caso), porque o que recebemos pode estar muito aquém do que imaginamos. Para isso é preciso curar nossas inseguranças e verbalizar nossas vontades. Ninguém é obrigado a adivinhar o que pensamos, desejamos ou esperamos.
É importante termos sob nossas mãos as rédeas de nossa vida. Definir prioridades, dar asas aos pensamentos, liberdade aos sentimentos, sejam eles quais forem,posto que sentimentos, emoções aprisionadas perturbam,incomodam,ocupam espaço, agigantam-se, tomam proporções maiores do que são na realidade. Depois de expostos ,se encarados de frente,é possível avaliar a sua verdadeira dimensão.Deixam de aterrorizar,de ter a importância que pareciam ter quando não queríamos exteriorizá-los.O que parecia gigantesco,ameaçador,assume suas reais proporções.
É assim que a insegurança se afasta, as dores se amenizam, as feridas se curam e podemos prosseguir com mais leveza, mais simplicidade, mais despojamento, pois criamos espaço para que coisas novas cheguem a nossa vida.
É importante utilizar a dor para crescimento pessoal, tal qual as ostras, cujas pérolas são produtos da dor.
Assim reorganizamos a experiência pessoal, transformando nossa própria realidade.