LIBERDADE DE EXPRESSÃO?

Como causa tristeza hoje as notícias divulgadas na mídia quer escrita, falada ou televisionada, sem nenhum compromisso com a verdade, muitas vezes não poupando inocentes e isentando de crimes os verdadeiros culpados.

Fazendo um retrospecto de minha vida, me sinto no tempo muito distante de minha adolescência, quando as notícias eram passadas com critério e quase sempre eram veiculadas de boca em boca. Lembro-me que minha mãe nos advertia para não passarmos adiante os comentários a respeito de deslise de alguém, sem a exata comprovação, para que inocentes não fossem prejudicados por leviandade de falsas notícias, uma vez que estas depois de de caídas na “boca do povo”, jamais seriam revertidas e nos contava uma pequena história para nos convencer de seguir os seus conselhos. Dizia ela que um cidadão foi se confessar a um padre muito virtuoso, para que ele o perdoasse de uma calúnia que tinha levantado, por despeito, a respeito de uma moça honesta, que por isto estava passando por rejeição na sociedade local. Estava arrependido e implorava que o padre o perdoasse perante Deus. O vigário então lhe falou: “ pegue uma galinha, suba naquele morro mais alto da cidade, arranque-lhe as penas e as jogue ao vento morro abaixo, tendo o cuidado de contar quantas penas foram jogadas. Desça o morro e vá recolhendo-as; quando recolheres todas, estarás perdoado”. Ficou velhinho e nunca conseguiu recolher todas as penas que o vento havia espalhado.

Moral da história: Quando uma notícia é lançada aos ouvidos das pessoas, ela jamais será revertida, pois haverá sempre alguém para lembrá-la.

Agora, quando já estou velha, pois como diz o cronista Rubens Alves, “desço as escadas segurando no corrimão e tenho medo dos tapetes”, agora repito, me assusto com os noticiários dos jornais, revistas, rádios e televisões, muitas vezes sem o mínimo critério com a verdade. Pessoas que se dizem cultas (ou pseudo cultas) falam barbaridades como um determinado juiz que afirmou ser a mulher a desgraça da humanidade e por isso inocentou o marido que maltratou a esposa. Há também aquele Cabral (não o que descobriu o Brasil) que falou que as favelas são fábricas de criminosos e propôs a liberação do aborto para que as mulheres de lá, se livrem dos filhos que trazem no ventre, evitando colocar no mundo mais um bandido. Moral da História: evitar que pobres tenham filhos que serão bandidos no futuro.

Eu perguntaria a esse “ilustre e sábio” governador: Se há políticos, empresários, latifundiários, etc que nasceram de mães pobres e faveladas?

Para finalizar: a prosseguir esse critério, sem critério de nossa mídia, logo, logo leremos nos jornais e revista, ouviremos no rádio, assistiremos na televisão a notícia de que as pílulas milagrosas do recém canonizado Santo Frei Galvão, não são “pílulas milagrosas”, mas sim “papelotes de cocaína”, distribuídas pelas irmãs do Mosteiro da Luz. Aguardem!

Lucilia Cavalcanti
Enviado por Lucilia Cavalcanti em 02/10/2009
Código do texto: T1844938
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.