Vanusa – a que melhor interpretou o Hino Brasileiro

Vanusa foi a pessoa que fez a melhor versão do Hino Nacional Brasileiro. Sim. Mesmo com a letra em sua frente, apenas tendo que ler ao passo da melodia vívida e resplandecente da música, ela alterou uma parte:

“És belo, és forte, ÉS RISONHO... E LÍMPIDO/

SE EM TEU FORMOSO, RISONHO E LÍMPIDO/

A IMAGEM DO CRUZEIRO...”

E essas últimas reticências não são de continuação. Ela realmente parou ali. Deixou estes três pontinhos pingando, plácidos. E digo que foi uma boa interpretação porque o Brasil realmente é belo, é forte e é risonho. O Brasil é uma piada pronta. Um lugar de natureza garrida, fértil, com um povo retumbante, histrião, que ri de si mesmo e os que eleitos por eles foram se riem deste povo sem fulguras. Fulgor teve nossa genial intérprete ao sapecar este ‘risonho’, muito bem postado.

Mesmo eu usando palavras do próprio hino, pouca gente entendeu o parágrafo acima. Mesmo num país que redação é caráter eliminatório tanto no vestibular quanto numa entrevista de emprego, os homens mais importantes da nação (senadores, ministros, deputados, presidente e jogadores de futebol) não passam um texto sem conjugar errada uma frase ao menos. Não é risonho, ou melhor, risível? E será que você, sem a letra na mão, consegue cantar o hino inteiro? Sabe que em alguns sites, encontrei a palavra ‘lábaro’ traduzida como ‘céu’?

Mais risonho (ou risível) ainda é o fato de que, nem os próprios compositores acertaram na letra. Na primeira frase, “Ouviram do Ipiranga ‘as’ margens plácidas/De um povo heróico o brado retumbante”, os autores não colocaram crase no ‘às’, gerando um grave erro! Hoje, tem gente que tenta defender, dizendo que as margens plácidas é que emitiram o brado retumbante, por isso, estaria certo. Bullshit!! Aí é exigir demais da debilidade do povo. É óbvio que falta crase, é tão certo colocar crase naquele ‘as’ quanto gritar flor quando vêm á sua mão três cartas de mesmo naipe. O brado é do povo heróico e foi ouvido às margens plácidas do Ipiranga. Talvez da Avenida Ipiranga, aqui em Porto Alegre, onde se deu um dos maiores confrontos da Revolução Farroupilha, na ponte da Azenha. Saudades desse tempo...

Enfim, por mais bonito que seja, o hino é de uma letra propositadamente complexa e que não quer dizer bosta nenhuma! É risonho, e deve ser tratado como tal. Como a Vanusa tratou. És belo, és forte e és risonho. E ainda risível.

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Três dias após a comemoração de Semana Farroupilha, aí vai um hino que quer dizer alguma coisa, que mostra a luta de um povo, mesmo numa guerra covarde e desproporcional.

HINO DA REPÚBLICA RIO-GRANDENSE

Como aurora precursora do farol da divindade

Foi o vinte de setembro o precursor da liberdade

Mostremos valor, constância

Nesta ímpia, injusta guerra

Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra

De modelo a toda terra

Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra

Mas não basta pra ser livre ser forte, aguerrido e bravo

Povo que não tem virtude acaba por ser escravo

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*Publicado em 23/09/09

no http://www.fotolog.com.br/fabiomccartney/40420904

Fábio Grehs
Enviado por Fábio Grehs em 02/10/2009
Reeditado em 02/10/2009
Código do texto: T1844402