Amazônia

Eu estava num barco, com uma mochila nas costas, lendo alguns mapas, com uma bússula nas mãos, que havia ganhado de clarice, que era para não perder a direção. O lugar não era desconhecido, com uma floresta linda em torno do rio, densa, com muito verde, e em alguns pontos flutuando, a chamada mata de várzea. Eu não estava sozinho nesta aventura, rostos amigos me rodeavam, me orientavam, pareciam me ajudar em uma busca, numa jornada. Estavámos procurando algo, que no momento eu não sabia o que era, haviam cantos de pássaros que se misturavam, o céu do jeito que eu gosto, bem azul, com um clima bem agradável, eu me sentia em casa. Horas se passaram e ainda continuava nesta mesma paisagem até chegarmos em um vilarejo, pessoas diferentes, com poucas vestes,bem simples, mas não nos estranharam, nos receberam muito bem, com sorrisos no rosto, apesar das dificuldades na vida, já observadas por nós. De repente um deles ao me ver, me chamou e me disse " eu sabia que você voltaria, estavámos te esperando", isso me deixou confuso, pois há alguns anos tinha sofrido um acidente de carro, e uma parte de minha memória havia se perdido, a pessoa do vilarejo continuou " ele não se esqueceu de você", eu perguntava, " ele quem? o que eu fiz?", até que me apareceu um jovem que aparentava uns dezoito anos, com traços indígenas, que me abraçou bem forte, foi ai que lembrei de tudo, eu já havia estado ali, lecionando para algumas crianças desse vilarejo, e este rapaz conseguiu estudar e estava de malas prontas para entrar na faculdade, foi emocionante, me senti realizado, com a missão cumprida, e meus amigos me levaram pra essa viagem, pois ali era o meu lugar,onde me sentia bem e poderia me recuperar. Depois do abraço, acordei, e com uma sensação muito boa, uma vontade de ser lembrado, de ser professor, de ser alguém, agora não sei se isso foi um sonho, ou uma premonição.

Villas Boas
Enviado por Villas Boas em 02/10/2009
Código do texto: T1843263
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