CONFISSÕES DA NORMINHA

Eu me chamo Norminha. Nasci em um sítio em Itaúna. Da minha casa vejo dois grandes lagos: um na frente e outro atrás. Em frente vejo o nascer do sol e, atrás o entardecer colore as águas de vermelho. Minha mãe é a Neguinha e, meu pai, ninguém sabe direito; se é o Pingo, o Bob ou Pingo Júnior. Para mim não faz diferença pois convivo é com o Pingo Júnior, que é também irmão, de outra barrigada.

Adoro morar aqui, só não aceito ficar presa no canil quando minha dona viaja. O caseiro não deixa faltar água, nem comida, mas... “Ô vida chata presa num canil”. Porém, quando ouço o barulho do carro dos meus donos, começo a latir. Que alegria! Sabe por quê? Minha dona, a primeira coisa que faz é abrir o canil. Então saímos correndo, em disparada, pela grama, por todo o sítio. É como se abrisse as portas do paraíso. São três dias de céu. Não desgrudo da minha dona. Sabe por que ela me pôs o nome de Norminha? Escutei-a dizendo para o veterinário que era porque eu ando rebolando e sou muito oferecida. Já perdoei! Vi a Norminha na televisão e achei-a linda! Daqui a pouco, vou começar a namorar. Quero ter muitos filhos, como a Neguinha minha mãe, e a Babuska minha avó. Babuska morreu de velha! Minha dona não deixa castrar, nem dar remédio; ela diz que o bom é deixar acontecer! Ainda bem!

Maria Eneida
Enviado por Maria Eneida em 30/09/2009
Código do texto: T1839413
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