AH, É? E EU COM ISSO?
     

Não sei. Falta-me um sentido, um tato
Para a vida, para o amor, para a glória...
Para que serve qualquer história
Ou qualquer fato?
(Fernando Pessoa)
 



             Os sábios em todas as épocas disseram sempre as mesmas coisas; os tolos em todos os tempos comportam-se como tais e assim continuará para sempre, pois como diz Voltaire, deixaremos o mundo tão tolo e mau como nós o encontramos

 OU muito me engano acho que amanheci com enjôo do mundo. AÍ se o Mundo falasse  por certo me diria: Ah, é? E eu com isso? O que me faz lembrar  o meu conselheiro de plantão, Will Durant, que tratou deste assunto, diz ele que talvez o nosso enjôo desdenhoso do mundo seja um disfarce para  o  enjôo secreto de nós mesmos: estropiamos e estragamos   nossas  vidas  e jogamos  sobre o ambiente ou sobre o Mundo, que não têm condições de se defenderem.


O homem maduro aceita as limitações naturais da vida, não espera que a Providência seja parcial a seu favor, não pede dados falsificados para participar  do jogo da vida.  Como afirma Carlyle, que não faz sentido recriminar o sol porque não acende os nossos cigarros, mas talvez se fossemos inteligentes para o auxiliar ele fizesse até isso.


E  este vasto cosmos neutro poderia ser um lugar bastante agradável se contribuíssemos com um pouco de nós mesmos para o ajudar. Na verdade o mundo não está nem conosco nem contra nós. Ele não é senão matéria-prima em nossas mãos, pode ser céu ou inferno, conforme o quisermos.


É, pode  ser... Vou pensar sobre isso.
                   


Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 29/09/2009
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