QUE CULPA TENHO?

Entrei em um site e notei que havia um concurso e fiquei felizzz.

Encontrei um concurso de escritores amadores e fui logo me inscrevendo

O tema era água e eu comecei imediatamente a escrever. Que fácil seria.

Comecei assim.

SOBRE A AGUA E SOB ELA

SINTO-ME TRANQUILA E TAMBEM SEREIA

ADORO DEPOIS DO BANHO DE MAR

FICAR ALI NA AREIA

A AGUA DE NADA TEM GOSTO

MAS O QUE SERIA DE NÓS

SEM ESSE ELIXIR DOS DEUSES

PARA MATAR NOSSA SEDE

A CHUVA ENTÃO QUE BELEZA

GOTINHAS GELADAS E BELAS

QUE MOLHAM O SOLO

QUE NOS PRESENTEOU A NATUREZA

Chuva? Chuvas? Mas não é que está caindo o maior toró e eu nem tinha percebido?

Mas que foda MAIÚSCULA, molhou toda minha roupa.

As janelas, não acredito estavam abertas... E as almofadas que coloquei lá fora para tomar sol??? ENSOPADASSSSS. Fora a goteira bem encima de minha cama que aquele FDP do pedreiro arrumou igual a cara dele.

Odeio água, odeio chuva e agora nem poderia terminar a poesia.

Tinha que tentar salvar minhas coisas.

Fui tirar as roupas do varal e esse quebrou me derrubando no quintal com toda aquela roupa que agora além de molhadas também estão sujas. Enfiei tudo na maquina para lavar novamente.

Fui buscar as almofadas e comecei a espirrar, não sei se por ter molhado o veludo e me dei alergia.

Coloquei-as em um saco desses pretos de lixo para depois mandar em uma lavanderia. Acho que não vai adiantar, elas estavam soltando tinta e manchando as rendinhas branquinhas... veludinho vagabundo esses viu?

MINHA CAMAAAAA, tinha descido para buscar um balde para colocar na gotinha safadinha de minha cama e detraí-me com as roupas no varal...

Putz levei um tombo nas escadas com balde e tudo...Estava com os pés molhados da chuva.

Nossa! Meu joelho está inchando pkct.

Sempre falo, preciso trocar esse piso da escada, ele escorrega demais.

Acabou a luz, fui no potinho pegar umas velas e o temporal comendo solto.

Quando enfiei minha mão, senti algo estranho, era uma barata gigante, do tamanho de um cachorro... o meu, que agora feliz balança a cauda espirrando água até no teto.

Gritei e sai correndo e o Áthila atrás achando que eu estava brincando.

Procurei acalmar-me trancada no banheiro. O Áthila começou a arranhar a porta, ele tem medo de trovões.

A chuva passou, abri a porta e acalmei o Áthila. A luz voltou, tomei banho, e finalmente voltei ao pc.

Terminei minha poesia e levei no correio.

Fiquei ansiosa esperando o resultado. Quando chegou um e-mail bem desaforado daqueles impiedosos organizadores do concurso.

MINHA SENHORA, FICAMOS HORRORIZADOS COM SUA... SE É QUE SE PODE CHAMAR DE POESIA AQUILO QUE ENVIOU SOBRE A ÁGUA.

PEDIMOS POESIAS DO VALOR DA ÁGUA E NÃO DOS DISSABORES DA CHUVA QUANDO SE É PEGO DE SURPRESA PELA MESMA. A SENHORA SÓ NÃO FOI DESCLASSIFICADA COMO TAMBÉM CRITICADA POR TODOS DO CONCURSO.

UM CONSELHO: PROCURE VER A BELEZA DA CHUVA.

Mas que homem mal humorado e mal educado. Que culpa tenho se escrevo o que sinto?

Droga... Também não vou mais participar de concurso nenhum...

Não acredito, deixe-me tirar as roupas do varal que a BELEZA DA CHUVA COMEÇOU NOVAMENTE...

Aiiiiiiii meu joelho...