Se têm um momento certo para se tirar férias o momento é agora! O Dólar está em baixa, todos os lugares do mundo ainda sofrem as conseqüências da crise e, portanto, necessitam angariar dinheiro; as companhias aéreas estão fazendo de tudo para ter o cliente voando; cartões de crédito estão facilitando até a alma; hotéis, pelo menos os mais preparados, também entraram na onda do desconto, enfim, toda a cadeia produtiva envolvida direta e indiretamente com o turismo internacional, pelo visto está de braços abertos esperando pela sua visita.
 
A cada oferta que recebo em meu e-mail com preços das passagens aéreas internacionais fico ainda mais entusiasmado, como por exemplo, tendo todas as saídas de São Paulo – Guarulhos, veja como se pode viajar gastando tão pouco: Paris – R$ 1.500,00; Buenos Aires – R$ 300,00; Istambul – R$ 1.300,00; Miami – R$ 850,00 (isso mesmo, menos de 1 mil Reais); Nova Iorque – R$ 1.400,00. Mas se você quiser ir mais longe, viajar para lugares exóticos e menos freqüentados por brazucas mochileiros, que tal Atenas – R$ 1.550,00; ou ainda Beirute – R$ 2.000,00; Moscou – R$ 1.700,00 ou ainda a distante Nairóbi no Quênia por R$ 2.700,00? Todos os preços citados foram pesquisados no site do Submarino e referem-se aos trechos de ida e volta.
 
Ir para Buenos Aires e Miami, partindo de São Paulo, em companhias aéreas como Copa, KLM, Avianca ou TAP, pode ficar mais barato do que voar para o Rio de Janeiro saindo da mesma São Paulo. Esta semana eu estava em São Paulo e voei TAM de Belo Horizonte (ida e volta), um vôo que gasta menos de uma hora; o valor que desembolsei foi maior do que o preço de uma passagem para Buenos Aires (cerca de 4 horas voando). De São Paulo ao Rio de Janeiro, dependendo do horário, somente para um trecho, não custa menos do que R$ 250,00 + taxa de embarque. Um vôo direto, ida e volta para Fortaleza, belíssima capital do Ceará, não sai por menos de R$ 600,00.
 
É por isso que o turismo nacional anda despencando; ninguém se estimula mais a aventurar-se em viagens monótonas para destinos nacionais por conta do preço das passagens aéreas, altos preços das diárias em hotéis (alguns de péssimo gosto e mau atendimento), violência e o alto grau de esperteza das pessoas que compõem o receptivo em muitos lugares turísticos, que o diga os serviços do Rio de Janeiro. Chegar no Aeroporto Tom Jobim e apanhar um taxi para Copacabana, se você não morrer de bala perdida no trajeto, morre na hora de pagá-lo pela “corrida”. Os taxistas cariocas não alisam a cabeça de quem chega para visitar o Rio!
 
Coincidentemente o Irregular começou a receber vários pedidos de informações sobre a questão “visto” americano nas últimas semanas; as pessoas que já enxergaram esta debilidade financeira dos EUA devido à crise mundial que já dura um ano, imaginam que “eles” estão facilitando de modo geral toda e qualquer entrada por lá e isso é inverídico. As Leis que protegem as fronteiras estadunidenses continuam as mesmas e a paranóia de um ataque terrorista é quem mais afasta os turistas dos destinos mais tradicionais.
 
Em alguns países, como o Brasil, ficou claro de que os ilegais residentes americanos não suportaram sequer as primeiras semanas de deflagração da crise; o mesmo ocorreu no Japão e em alguns países europeus. Ao primeiro sinal de desemprego, os ilegais foram os primeiros a sofrer, simplesmente porque não conseguiam guardar economias que lhes dessem provimento de uma estada mais tranqüila nos dias em que o epicentro da crise se instalava; é a velha fragilidade educacional latina, que pensa no hoje, sem vislumbrar que amanhã é outro dia totalmente incógnito.
 
Depois desta “marolinha”, que para mim continua sendo um tsunami, o mundo se viu pela primeira vez em quase 20 anos diante de uma gravíssima ameaça de colapso econômico. Raros foram os setores que sentiram poucos efeitos desta crise. Afirmam os economistas que o setor alimentício, pouco ou nada sofreu com isso tudo, mas o turismo, que é totalmente frívolo passou a ser esquecido pelas camadas das classes B e C em todos os países emergentes. Ninguém queria saber de passagem aérea, hotéis ou restaurantes temáticos das cidades com grande potencial turístico.
 
Antes da crise, com o dólar relativamente baixo, eu fui a Miami pagando a TAM com milhas acumuladas, mas se fosse desembolsar dinheiro vivo, não teria pagado menos que R$ 1.800,00 pelos trechos de ida e volta; hoje está pela metade do preço! Outro fator importante para esta queda de preços em Miami se deu por causa do vírus H1N1, o da Gripe Suína. Criaram um mito de que Miami era uma das cidades mais afetadas e segundo quem mora no paraíso da Flórida, tiveram dias que ruas, hotéis e comércios estavam quase fechados. Era preciso se fazer algo para mudar este cenário. Dizem também que uma velha dívida com a empresa Avianca (a mesma que controla a Oceanair do Brasil), fez com que saísse um bom acordo para ela voar com mais passageiros para o destino de Miami, cobrando desta forma preços quase mórbidos em seus assentos disponíveis.
 
Outro fator importantíssimo para uma campanha deste nível é o preço cobrado pelos hotéis; é sempre bom comprar os preços dos hotéis em outros países com os nossos preços, muito embora tenham inúmeros fatores diferenciados do ponto de vista de legislação, tributos, etc. Hotéis na Europa que estavam cobrando cerca de € 120,00 em fevereiro último, agora cobra € 40,00; nos Estados Unidos, tradicionais hotéis de Miami que praticavam diárias de U$ 150,00, agora oferecem as mesmas vagas, por no máximo U$ 50,00; o único lugar que só muda para mais é no Brasil; no início da crise um importante e bem freqüentado hotel de Brasília cobrava R$ 275,00 por uma diária (cerca de U$ 140,00); hoje, um ano depois, a mesma diária custa R$ 450,00 + taxas, quase o dobro ou U$ 230,00.
 
No Rio de Janeiro, que recebe menos pessoas do que Miami, uma diária de um bom hotel em apartamento frete mar sai em média por R$ 500,00 + taxas; Miami, paraíso de compras e praias dos EUA, um bom hotel cobra em apartamento frente mar, na Rede Sofitel, incríveis U$ 85,00, ou mais ou menos R$ 160,00.
 
Agora vamos simular um pacote particular de 5 noites em Miami e Fortaleza; vejam como fica o preço de cada uma para passagem aérea + hotel saindo de São Paulo. Em Miami você gastará R$ 1.710,00 por pessoa; em Fortaleza você gastará R$ 1.805,00 (hotel 4 estrelas tradicional). Um passeio por Miami em ônibus especial para turismo custa R$ 60,00, podendo inclusive descer em qualquer ponto e retomar outro ônibus até o final do percurso. Um passeio por Fortaleza, que não tem ônibus exclusivo para passeios, sai de taxi por uma média de R$ 100,00; por tudo isso, os que possuem condições financeiras irão escolher qual cidade para visitar nesta temporada?
 
Em Fortaleza você falará a língua portuguesa; em Miami se fala português, espanhol, inglês, italiano, híndi, japonês, chinês, russo, enfim, Miami é quase o centro do mundo, da mesma forma que Nova Iorque; praticamente o que o turista come no Brasil também come em Miami; os bancos que têm aqui, têm lá; o que se compra lá, com certeza se for encontrado aqui, terá o preço majorado em pelo menos 300%; alugar um carro aqui (de péssima qualidade) é infinitamente mais caro do que em Miami; a noite de Miami nem se comprara com a de nenhuma cidade brasileira; resumindo: por mais que ninguém goste de ler ou ouvir, a maré está pra eles, como na verdade sempre esteve; a única dificuldade estará por conta apenas do VISTO americano!
 
Se alguém disse que há mais rigor no quesito vigilância em Miami, eu digo que é verdade; mas isso só acontece com aqueles que se portam como animais irracionais, que brinca e faz piada de tudo e todos. Se o turista se comportar como deveria ser, de forma ordeira, pacífica e como visitante, verá que os “americanos” são amáveis e sempre dão um jeitinho de fazer voc~e voltar.
 
Ah! Eu me esqueci de informar! Os preços que citei lá no início deste texto, podem ser parcelados em até 10 vezes iguais sem juros! Depois disso, prepare seu passaporte, programe sua viagem, arrume as malas e boa viagem! Dê férias para o Brasil (pelo menos até a volta)!
 
 
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
www.irregular.com.br
 
Informações pesquisadas nos sites:
www.booking.com e no Submarino Viagens. Outras informações são da Real Turismo Viagens (31) 3245.7090.

CHaMP Brasil
Enviado por CHaMP Brasil em 28/09/2009
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