Beber o Mundo

As incertezas que preenchem os espaços entre os dias e meses são as que tornam as coisas interessantes. Já conheci pessoas que abriram mão das certezas para deixar tudo ir além dos planos, e perdendo o controle encontram a resposta para as incertezas da vida.

Quando saltei de para-quedas pela primeira vez, tudo que queria era a certeza de que ele abriria, mas o risco dele não abrir era o que motivava a queda e a intensificava. Engraçado como alguns riscos que nos permitimos correr são nossa fonte de energia, alegria e força vital. Pelo menos funciona assim pra mim.

Viver é incerta, insano, instável, estimulante, e ainda assim quem está vivo de verdade não deseja morrer, procura sua fonte de vida particular e nela se embriaga, se banha, se perfuma, a ela se entrega.

Bom é quando a vida mesmo cheia precisa ser abastecida, bom é quando a vida é plena, sede infinita. O resto é espaço de tempo determinado, é plano ilógico de tempo perdido. Bom é sede de mar, por do sol, pé na terra, beijos longos, chuva de verão. O resto é tempo de praxe, é andar em circulo, correr atrás do vento. Quem tem sede tem vê nos dias o sol, percebe luz no mar esta a apreciar, e tem ar a inflar pulmões, quem nunca teve, está dormente, em um mundo sem fontes, sem vida, seco demais pra ser bebido.

Alias
Enviado por Alias em 28/09/2009
Código do texto: T1836013
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