Uma Vida, muitas imagens!
O Quarto era pequeno, as paredes de cor azul-claro, pouco iluminadas por uma janela entreaberta. Além da cama com uma colcha vermelha, tinha poucos objetos: alguns quadros na parede, um espelho, duas cadeiras de palha, uma pequena mesa de madeira com uma jarra azul e uma toalha a lhe fazer companhia. Ainda, próximo à cabeceira da cama umas peças de roupas aguardavam penduradas...
O homem que morava no quarto era curioso, inquieto, genial! Diversas vezes se sentiu perdido. A solidão e o medo do fracasso, da não aprovação de suas obras, faziam parte de seus dias, de seus sonhos e pesadelos... Posso sentir, ao observar seu autorretrato, sua angústia e decepção com a vida, sua sede de reconhecimento e de amor, como se seus olhos as suplicassem!
Por intermédio de suas telas e energia de suas cores conhecemos lindas e intrigantes paisagens, casas, pessoas, flores, destacando-se um de seus quadros mais conhecidos “Doze Girassóis numa jarra” (1888). As imagens que ele deixou para o mundo foram muitas, mas qual a imagem que temos dele?
Com certeza, a de um grande homem, com sede de viver; maior que seu pequeno quarto em Arles... O talento para trabalhar com as tintas o acompanhou até o fim de sua instável, mas criativa vida, aos trinta e sete anos de idade.