Cálice
Um cálice sóbrio enverga-se.
Goela abaixo, submete-se o líquido ao êxtase.
São distúrbios pequenos da avareza;
São sintomas dúbios da irracionalidade;
São mesquinhos resquícios d’vida.
Um arrepio propaga-se.
Surtos involuntários são levantados, hirtos.
Um golpe fatal parece surgir, mas esvai-se.
É um sobrepujo milagroso,
Um Atlas universal da cidade pequena – a esperança.
Outro gole.
Sensação inimaginavelmente igual.
Silêncio.
Repetição eufórica da destoada magia rotineira.
És vil. É, certamente és vil.
Não: continua.
Em um frenético espaço de tempo hábil – diga-se: uma vida (vivida pela metade) –
A máscara próspera da realidade faz-se.
Entende.
Vira-se o rosto (entrecruzado).
Fecham-se os olhos.
Morte.
Fim? Fim! Fim. Fim...
O resto são reflexões infundadas.