"FISSURAS DO TEMPO" Crônica de: Flávio Cavalcante

FISSURAS DO TEMPO

Crônica de:

Flávio Cavalcante

Nossa! Como o tempo passa e a gente não percebe. Não nos damos conta da nossa própria realidade. Parece que a nossa mente pára diante da vida e a gente não se dá conta dessa passagem. Acho que acordei hoje pra isto. Amanheci com meu coração aos pulos. Pus meus no chão e que susto tomei.

Até uma amiga iluminada por nome de bem-te-vi, poetisa aqui do recanto me disse que eu estava triste e ia orar muito por mim. Acho que pela forma que eu escrevi no dia em que postei alguns rabiscos.

Como é impressionante a nossa sensibilidade da escrita. Parece quando sentamos para escrever jogamos ali o nosso estado de espírito. Palmas pra você, amiga bem-te-vi. Realmente estava meio triste mesmo. Não por eu estar passando por algum problema, mas, o que me incomoda são as fissuras do tempo. E de repente a gente pára e se dá conta disto. Moro á três mil quilômetros das minhas raízes. Minha mãe veio passar um mês comigo aqui no Rio de Janeiro e infelizmente chegou o dia de seu retorno á minha terra natal, para a felicidade geral dos ficaram lá e para a minha profunda tristeza já que fazia três anos que não a via e cinco que não vejo pessoalmente os meus familiares. Mas é o destino e temos que respeitar os desígnios de Deus.

Ás vezes nós damos valor á coisas tão banais e esquecemos de dar valor ao espírito, dar prioridade ás pessoas que nos cercam e o tempo vai passando, abrindo uma fissura e um vazio no coração da gente. Talvez um dia quando acordarmos para este detalhe já deixamos passar muito este tempo de repente pode ser tardio.

A base mais importante da vida do homem é a família. Esta, é uma jóia que devemos guardar a sete chaves. É o maior patrimônio dado de presente pelo criador.

Quantos pais não deixam seus filhos e sua mulher em casa e se dedica de corpo e alma ao trabalho, á ponto de não enxergar o tempo em sua volta.

A fissura do tempo marca profundamente o cidadão ao acordar deste fato e o “MEU DEUS” da surpresa é de imediato. Nesse momento ele acorda de um jeito estupefato, o véu descendo aos poucos e aí vem a decepção quando nota o tempo perdido em coisas fúteis. Aquele menino que ontem era um bebê hoje é pai também; assim ele vê o seu filho como cresceu e ele nem se deu conta disto.

A importância de estarmos do lado família é primordial; até porque de repente quando acordarmos para a realidade, depararmos com outra realidade que pode ser dolorosa para a eternidade e termos motivo para uma cobrança com o nosso eu interior numa guerra sem fim. A pior dor é a dor da consciência e a pergunta para nós mesmos. “EU DEVIA TER FEITO ALGUMA COISA”.

PENSEMOS NISSO

-FIM-

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 27/09/2009
Código do texto: T1834902
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