QUANDO A PARANOIA REGE UMA VIDA...
Dizem que uma coisa puxa a outra. Estou quase certo disso. Aliás, para falar a verdade, não quero ter certeza “disso” de forma alguma, pois ter certeza sobre algo que apenas se imagina é paranoia. Isso mesmo. A paranoia é uma psicose que se caracteriza, segundo a maioria dos teóricos, como sendo o desenvolvimento de um delírio crônico, que pode ser de grandeza, de perseguição, de zelo e assim por diante...
Tenho um conhecido que tem mania de olhar as placas dos carros que vão a sua frente. Segundo me falou, ele olha a placa e vai somando os números para ver se não dá como resultado: 0 ou 3. Se um desses números for o resultado final da soma, ele já acha que o dia será ruim. Um outro, tem como mania ler as palavras de trás para frente.
Conforme ele justificou, ler do final para o início é uma forma de descobrir singularidades nas palavras e, através disso, encontrar respostas para as conspirações que envolveram personalidades e os países delas. E tem mais um outro que só lê o jornal de trás para frente, como se fosse japonês, sem ser da esquerda para a direita, de cima para baixo.
Porém, o pior tipo de paranoia é aquela em que a pessoa passa a delirar e criar uma realidade própria, tendo como característica principal a desconfiança. Pessoas assim, normalmente, têm distúrbios de personalidade, e encontram em seus delírios paranoicos a tese lúcida e sistemática de sua lógica interior, do seu eu. Isso não significa que essas pessoas sejam desequilibradas totalmente. São, mas não aparentam, em sua maioria.
Outro dia, eu busquei, na literatura, respostas para alguns episódios em que fui envolvido. Lendo, pesquisando os sites especializados, dei de cara com um em que descrevia, exatamente, aquilo que me ocorrera. No site PsiqWeb – Portal de Psiquiatria, eu encontrei Psicose Delirante Crônica onde quem tem essa patologia alimenta, por tempo indefinido – porém, não mais que um mês de duração – delírios com relação a uma pessoa, passando a ter ciúmes, e o que é interessante, encontra indícios que, de fato, há provas de que aquela pessoa está sendo infiel à sua amizade ou amor. No meu caso, felizmente, a “infidelidade” era só de amizade.
Confesso que não foi fácil entender como uma pessoa, aparentemente equilibrada, sadia e socialmente bem apresentável, inteligente e culta, tecia – claro, devido aos distúrbios – armações, arquitetava planos, manipulava seu rol de amizades e impedia, através do ciúme que sentia, que outras criaturas se aproximassem da minha pessoa. Na mente dela, todas as pessoas – sejam homens ou mulheres – que se aproximavam, era para querer afastá-la da amizade que nós tínhamos.
Agora, imagine o que essa pessoa não fez de errado, ao longo do tempo, até eu descobrir que as minhas amizades estavam sumindo, que me olhavam com desconfiança, que me evitavam e que achavam que era eu a falar mal delas. Em alguns casos, eu descobri que ela mandava e-mails “insinuativos” para todas as pessoas que, na mente doentia dela, achava que eu estava me relacionando. O detalhe importante: em seu pensar, o que ela fazia justificava o risco que corria, mesmo expondo a vida pessoal e familiar das outras pessoas.
A partir dessas descobertas, fiquei mais esperto. Entretanto, pessoas assim, apesar de serem desmascaradas, conseguem sair-se bem, inclusive, com seus familiares. E até conseguem retomar as antigas amizades, fazendo-se inocentes naquilo que praticaram. E tem mais uma coisa: com o passar do tempo, ela (a pessoa) esquece de tudo aquilo que fez e recomeça, com outras psicoses, com outras pessoas, como se nada tivesse acontecido antes. É um ciclo psicótico capaz de lhe dar a certeza de estar sendo perseguida; de grandeza, onde o erotismo faz parte, em forma de invenção ou reforma; ou o delírio de ciúme que é mais frequente nas mulheres.
Fico imaginando a luta interna de uma pessoa assim. Os conflitos existentes em seu interior que chegam a criar um universo deturpado da realidade em que vivem e, que, através dessas dissonâncias, geram essa falta de harmonia entre o pensamento e a afetividade.
Por fim, algumas dicas para se perceber um paranoico: eles dizem coisas para atiçá-lo e, quando você reage, eles simplesmente dão um sorrisinho discreto como se fosse uma vitória conseguida; quando falam nunca olham em seus olhos, sempre olham para o chão. Desconfiam de tudo, sempre achando que estão falando mal deles e que ninguém gosta deles; que as pessoas estão conspirando contra eles; e que seus amigos os deixarão, se eles não tomarem providências. Cuidem-se!
Dizem que uma coisa puxa a outra. Estou quase certo disso. Aliás, para falar a verdade, não quero ter certeza “disso” de forma alguma, pois ter certeza sobre algo que apenas se imagina é paranoia. Isso mesmo. A paranoia é uma psicose que se caracteriza, segundo a maioria dos teóricos, como sendo o desenvolvimento de um delírio crônico, que pode ser de grandeza, de perseguição, de zelo e assim por diante...
Tenho um conhecido que tem mania de olhar as placas dos carros que vão a sua frente. Segundo me falou, ele olha a placa e vai somando os números para ver se não dá como resultado: 0 ou 3. Se um desses números for o resultado final da soma, ele já acha que o dia será ruim. Um outro, tem como mania ler as palavras de trás para frente.
Conforme ele justificou, ler do final para o início é uma forma de descobrir singularidades nas palavras e, através disso, encontrar respostas para as conspirações que envolveram personalidades e os países delas. E tem mais um outro que só lê o jornal de trás para frente, como se fosse japonês, sem ser da esquerda para a direita, de cima para baixo.
Porém, o pior tipo de paranoia é aquela em que a pessoa passa a delirar e criar uma realidade própria, tendo como característica principal a desconfiança. Pessoas assim, normalmente, têm distúrbios de personalidade, e encontram em seus delírios paranoicos a tese lúcida e sistemática de sua lógica interior, do seu eu. Isso não significa que essas pessoas sejam desequilibradas totalmente. São, mas não aparentam, em sua maioria.
Outro dia, eu busquei, na literatura, respostas para alguns episódios em que fui envolvido. Lendo, pesquisando os sites especializados, dei de cara com um em que descrevia, exatamente, aquilo que me ocorrera. No site PsiqWeb – Portal de Psiquiatria, eu encontrei Psicose Delirante Crônica onde quem tem essa patologia alimenta, por tempo indefinido – porém, não mais que um mês de duração – delírios com relação a uma pessoa, passando a ter ciúmes, e o que é interessante, encontra indícios que, de fato, há provas de que aquela pessoa está sendo infiel à sua amizade ou amor. No meu caso, felizmente, a “infidelidade” era só de amizade.
Confesso que não foi fácil entender como uma pessoa, aparentemente equilibrada, sadia e socialmente bem apresentável, inteligente e culta, tecia – claro, devido aos distúrbios – armações, arquitetava planos, manipulava seu rol de amizades e impedia, através do ciúme que sentia, que outras criaturas se aproximassem da minha pessoa. Na mente dela, todas as pessoas – sejam homens ou mulheres – que se aproximavam, era para querer afastá-la da amizade que nós tínhamos.
Agora, imagine o que essa pessoa não fez de errado, ao longo do tempo, até eu descobrir que as minhas amizades estavam sumindo, que me olhavam com desconfiança, que me evitavam e que achavam que era eu a falar mal delas. Em alguns casos, eu descobri que ela mandava e-mails “insinuativos” para todas as pessoas que, na mente doentia dela, achava que eu estava me relacionando. O detalhe importante: em seu pensar, o que ela fazia justificava o risco que corria, mesmo expondo a vida pessoal e familiar das outras pessoas.
A partir dessas descobertas, fiquei mais esperto. Entretanto, pessoas assim, apesar de serem desmascaradas, conseguem sair-se bem, inclusive, com seus familiares. E até conseguem retomar as antigas amizades, fazendo-se inocentes naquilo que praticaram. E tem mais uma coisa: com o passar do tempo, ela (a pessoa) esquece de tudo aquilo que fez e recomeça, com outras psicoses, com outras pessoas, como se nada tivesse acontecido antes. É um ciclo psicótico capaz de lhe dar a certeza de estar sendo perseguida; de grandeza, onde o erotismo faz parte, em forma de invenção ou reforma; ou o delírio de ciúme que é mais frequente nas mulheres.
Fico imaginando a luta interna de uma pessoa assim. Os conflitos existentes em seu interior que chegam a criar um universo deturpado da realidade em que vivem e, que, através dessas dissonâncias, geram essa falta de harmonia entre o pensamento e a afetividade.
Por fim, algumas dicas para se perceber um paranoico: eles dizem coisas para atiçá-lo e, quando você reage, eles simplesmente dão um sorrisinho discreto como se fosse uma vitória conseguida; quando falam nunca olham em seus olhos, sempre olham para o chão. Desconfiam de tudo, sempre achando que estão falando mal deles e que ninguém gosta deles; que as pessoas estão conspirando contra eles; e que seus amigos os deixarão, se eles não tomarem providências. Cuidem-se!
Obs. Imagem da internet