De repente...

Quando eu tinha uns quatorze anos, um dos meninos da turma veio pra cima de mim com uma conversa mole pra boi dormir. Estávamos numa festa e dança pra cá, dança pra lá, fui dando corda. No dia seguinte, durante umas voltinhas pelo quarteirão, de repente, sem mais nem menos, ele perguntou: você quer namorar comigo? Fiquei surpresa, não esperava aquilo. Pensei um pouco e resolvi aceitar, já estava na hora de saber como era namorar.

Começamos, então, a andar de mãos dadas e lá uma vez ou outra, quando não havia ninguém por perto, saíam uns beijinhos... Nada de tão romântico assim. Quanto ao resto, era tudo como dantes: conversávamos com a turma, saíamos com a turma, voltávamos com a turma. Ao cinema, íamos todos juntos. O que de mais “ousado” acontecia era dançar de rosto colado. O belo romance teve a longa duração de algumas semanas, mais ou menos. Continuei a não saber grande coisa a respeito de namoros.

Na verdade, nenhum dos dois estava apaixonado. Tudo acabou como começou. De repente, sem mais.