CRIANÇAS DE OXALÁ
Sinto vontade, não necessidade; e vou orar. Diante do meu altar, vejo a imagem de Jesus e minha consciência sobe escadas, voa alto em direção as estrelas; e na velocidade da sintonia, ela chega ao Amor Inicial; esse mar de compaixão que o meu amigo e professor Wagner Borges chama de Primeiro Amor; um amor que toca não só o meu intelecto, mas também cada célula do corpo que visto; sorrio! Estou nesse momento na freqüência de Cristo e medito...
Medito na causa inicial; em como e o quanto precisamos de avatares, deuses em imagens e madeiras para nos conectarmos com essa energia divina criadora que não tem rosto, nem tem forma; pois tem a cara do amor.
Vejo essa imagem de Jesus na minha frente e percebo o quanto preciso dela; pois a minha consciência é gotinha dentro desse oceano que é o Grande Criador; e mesmo sendo desse tantim assim, percebo que o Criador manda o seu amor e não se esquece de mim; e eu sei que se um dia eu esquecer novamente que Ele está aqui dentro do meu peito; Ele ficará bem quietinho, pacientemente esperando o dia do meu despertar.
Se eu dormir, Oxalá que não demore muito para eu acordar...
Penso em meus irmãos de todos os credos pelo mundo, nos diversos nomes que usamos para a manifestação desse amor (Jesus, Krishna, Buda, Xangô, Jah, Jeová, etc) e de como revestimos esse amor com as imagens dos nossos avatares como se não existisse algo além.
Medito no nosso apego pela forma e nas palavras que utilizamos para construir símiles do Divino em nossas mentes; e em como isso nos aprisiona num nível infantil do entendimento da Divindade e da nossa Espiritualidade. Daí, recordo Ramakrishna em busca da Mãe Divina em todas as religiões e A encontrando em cada uma delas. O Sábio Santo sabia que a Mãe Divina estava por trás de cada uma das faces que via; e também sabia que todas elas eram faces da Grande Mãe para que todos nós, mesmo ainda crianças em entendimento da nossa origem divinal, pudessemos nos aproximar, perceber e nos sintonizarmos com o Amor Inicial.
Sentindo esse amor puro entrar pelo topo da minha cabeça e descer por todo o meu corpo, abro as mãos como se elas fossem cachoeiras e deixo que o amor que recebo, flua para o mundo inteiro. Não tenho a menor idéia se isso é apenas coisa da minha cabeça, mas alguma parte dentro de mim, sorri, só em imaginar esse amor que flui por mim, possa mesmo alcançar o peito de quem nem conheço e o fazer também sorrir.
Sentindo que chegou o momento, vou terminando a oração e abro os olhos.
- Obrigado Jesus! – digo à imagem que vejo na minha frente que provavelmente é bem diferente da fisionomia daquele Jesus que um dia pisou na Terra; mas isso pouco importa, o importante é o significado que dou a ela e no poder que lhe dou para que exerça esse link com o Amor em mim.
Frank Oliveira
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