O Que É, O Que É?
Oi, gentem. Aqui é Dona Menô!
Toda vez que eu me ausento é uma merda... Sempre acontece algo. Já vi que a doctor não passa sem mim mesmo...
Eu agora não saio mais do lado dela até o fim do ano, mas tive que me afastar nesses dois últimos meses por problemas de saúde.
Fui a Abadiânia, lá na meiota do Brasil, onde o Césio 137 está até hoje enterrado. Eu fui à procura de alívio para meus problemas de coluna, que nenhum médico dá jeito.
Era um lugar esotérico, cheio de gente doente. Eu até me senti bem de saúde ao estar com aquela turma...
Um palestrante falava que tinha câncer em fase terminal. Parecia uma situação triste, mas ele estava muito bem e feliz. Até cantou O que é , O que é, de Gonzaguinha:
"Eu fico com a pureza das respostas das crianças:
É a vida! É bonita e é bonita!
Viver e não ter a vergonha de ser feliz,
Cantar, e cantar, e cantar,
A beleza de ser um eterno aprendiz.
Ah, meu Deus! Eu sei
Que a vida devia ser bem melhor e será,
Mas isso não impede que eu repita:
É bonita, é bonita e é bonita!
E a vida? E a vida o que é, diga lá, meu irmão?
Ela é a batida de um coração?
Ela é uma doce ilusão?
Mas e a vida? Ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é? O que é, meu irmão?
Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo,
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo,
Há quem fale que é um divino mistério profundo,
É o sopro do criador numa atitude repleta de amor.
Você diz que é luta e prazer,
Ele diz que a vida é viver,
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é, e o verbo é sofrer.
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé,
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser,
Sempre desejada por mais que esteja errada,
Ninguém quer a morte, só saúde e sorte,
E a pergunta roda, e a cabeça agita.
Fico com a pureza das respostas das crianças:
É a vida! É bonita e é bonita!".
Ninguém falava português naquele lugar. Eu me senti em outro mundo, até que, para meu alívio, vi um negão de uns dois metros, meio inclinado, que nem a torre de Pizza. Ele tinha cara de sambista, um verdadeiro morador de Madureira. Soltei logo a minha simpatia:
“E aí, meu chapa? Teu problema é artrose ou espinha bífida?”.
Ele tirou um fone de ouvido (para tradução automática) e começou a falar comigo numa língua misturada com sueco e africano. Saí de fininho...
Eu não via melhora em minhas costas, mas ainda bem que no quarto do hotel havia uma banheira térmica. Pelo menos o calor ia melhorar minha dor...
Para unir o útero ao agradável, resolvi fazer uma graça com Josualdo. Mas ele dizia odiar banheiras e que aquilo lá era contaminado. Fui ao mercado, comprei Veja Desengordurante e lavei aquela merda todinha. Depois joguei Josualdo lá dentro, antes que ele protestasse de novo.
Quando eu começava a me sentir relaxada, a campainha tocou e apareceu à minha porta uma japinha de perna curta e olho apertadinho, gritando e apontando para a fechadura...
Eu imaginei que ela tinha perdido a chave do seu chalé, mas por via das dúvidas, liguei para a doutora Leila, minha chefe, e pedi que conversasse com aquela brancona neurótica.
A dona saiu fuzilando de meu quarto e eu perguntei pra doc o que ela queria. A resposta foi: “Menô, a japa diz que não consegue dormir! Faça menos barulho aí!”.
Pô! Eu estava evoluindo naquele lugar e não podia me alterar! Aquela japa estava me tirando do sério e só mesmo os espíritos me impediram de meter porrada naquela filha da puta...
Tudo bem, tudo legal... Eu precisava voltar para perto de meu amor... Encontrei duas banheiras, não apenas uma. Um era a da hidromassagem, mas a outra era uma poça enorme que se formava no lado de fora...
Lá fui eu pedir um rodo na recepção e secar o chão. Quando a faxina acabou, encontrei Josualdo tão traquilo na banheira que acabou dormindo profundamente. A única coisa a fazer era esvaziar a banheira e cobri-lo com um cobertor...
No dia seguinte encontrei a japa e o negão. Nem olhei pros cornos deles. Eu tava no cu do Judas e ainda tinha que aturar gringo mal-humorado?! Sai fora!
Sentei e participei de mais uma reunião. A única coisa que valeu naquele evento foi ter ouvido uma frase que passo a vocês agora, dita por Mairá, minha amiga:
"Enquanto você não se iluminar, muitos farão sombra ao seu lado”.
Voltei para o Rio empenada e com Josualdo ainda sonado. Aliás, ele dormiu o tempo todo. Eu acho que Abadiânia serviu pelo menos pra acabar com a insônia dele...
Ouçam Gonzaguinha:
http://www.youtube.com/watch?v=4-N5P2geaO4&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=N31CT6M-30g&feature=related
Oi, gentem. Aqui é Dona Menô!
Toda vez que eu me ausento é uma merda... Sempre acontece algo. Já vi que a doctor não passa sem mim mesmo...
Eu agora não saio mais do lado dela até o fim do ano, mas tive que me afastar nesses dois últimos meses por problemas de saúde.
Fui a Abadiânia, lá na meiota do Brasil, onde o Césio 137 está até hoje enterrado. Eu fui à procura de alívio para meus problemas de coluna, que nenhum médico dá jeito.
Era um lugar esotérico, cheio de gente doente. Eu até me senti bem de saúde ao estar com aquela turma...
Um palestrante falava que tinha câncer em fase terminal. Parecia uma situação triste, mas ele estava muito bem e feliz. Até cantou O que é , O que é, de Gonzaguinha:
"Eu fico com a pureza das respostas das crianças:
É a vida! É bonita e é bonita!
Viver e não ter a vergonha de ser feliz,
Cantar, e cantar, e cantar,
A beleza de ser um eterno aprendiz.
Ah, meu Deus! Eu sei
Que a vida devia ser bem melhor e será,
Mas isso não impede que eu repita:
É bonita, é bonita e é bonita!
E a vida? E a vida o que é, diga lá, meu irmão?
Ela é a batida de um coração?
Ela é uma doce ilusão?
Mas e a vida? Ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é? O que é, meu irmão?
Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo,
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo,
Há quem fale que é um divino mistério profundo,
É o sopro do criador numa atitude repleta de amor.
Você diz que é luta e prazer,
Ele diz que a vida é viver,
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é, e o verbo é sofrer.
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé,
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser,
Sempre desejada por mais que esteja errada,
Ninguém quer a morte, só saúde e sorte,
E a pergunta roda, e a cabeça agita.
Fico com a pureza das respostas das crianças:
É a vida! É bonita e é bonita!".
Ninguém falava português naquele lugar. Eu me senti em outro mundo, até que, para meu alívio, vi um negão de uns dois metros, meio inclinado, que nem a torre de Pizza. Ele tinha cara de sambista, um verdadeiro morador de Madureira. Soltei logo a minha simpatia:
“E aí, meu chapa? Teu problema é artrose ou espinha bífida?”.
Ele tirou um fone de ouvido (para tradução automática) e começou a falar comigo numa língua misturada com sueco e africano. Saí de fininho...
Eu não via melhora em minhas costas, mas ainda bem que no quarto do hotel havia uma banheira térmica. Pelo menos o calor ia melhorar minha dor...
Para unir o útero ao agradável, resolvi fazer uma graça com Josualdo. Mas ele dizia odiar banheiras e que aquilo lá era contaminado. Fui ao mercado, comprei Veja Desengordurante e lavei aquela merda todinha. Depois joguei Josualdo lá dentro, antes que ele protestasse de novo.
Quando eu começava a me sentir relaxada, a campainha tocou e apareceu à minha porta uma japinha de perna curta e olho apertadinho, gritando e apontando para a fechadura...
Eu imaginei que ela tinha perdido a chave do seu chalé, mas por via das dúvidas, liguei para a doutora Leila, minha chefe, e pedi que conversasse com aquela brancona neurótica.
A dona saiu fuzilando de meu quarto e eu perguntei pra doc o que ela queria. A resposta foi: “Menô, a japa diz que não consegue dormir! Faça menos barulho aí!”.
Pô! Eu estava evoluindo naquele lugar e não podia me alterar! Aquela japa estava me tirando do sério e só mesmo os espíritos me impediram de meter porrada naquela filha da puta...
Tudo bem, tudo legal... Eu precisava voltar para perto de meu amor... Encontrei duas banheiras, não apenas uma. Um era a da hidromassagem, mas a outra era uma poça enorme que se formava no lado de fora...
Lá fui eu pedir um rodo na recepção e secar o chão. Quando a faxina acabou, encontrei Josualdo tão traquilo na banheira que acabou dormindo profundamente. A única coisa a fazer era esvaziar a banheira e cobri-lo com um cobertor...
No dia seguinte encontrei a japa e o negão. Nem olhei pros cornos deles. Eu tava no cu do Judas e ainda tinha que aturar gringo mal-humorado?! Sai fora!
Sentei e participei de mais uma reunião. A única coisa que valeu naquele evento foi ter ouvido uma frase que passo a vocês agora, dita por Mairá, minha amiga:
"Enquanto você não se iluminar, muitos farão sombra ao seu lado”.
Voltei para o Rio empenada e com Josualdo ainda sonado. Aliás, ele dormiu o tempo todo. Eu acho que Abadiânia serviu pelo menos pra acabar com a insônia dele...
Ouçam Gonzaguinha:
http://www.youtube.com/watch?v=4-N5P2geaO4&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=N31CT6M-30g&feature=related