16 DE AGOSTO: REFLEXÃO E SERIDÓ
 
 
 
 Sexta-feira, final de semana já! Como o tempo passa depressa!
 
 Minha filha em Miami, só dois dias ,a trabalho. Será que volta hoje? Dia de fazer o quê, mesmo? E meu filho, meu Deus, depois que começou a namorar, quase não se lembra de mim mais...
 
 Não sabia se era terça ou domingo ao acordar.
 Celular servia para me situar dia e hora, mas botei de lado quando quebrou. Fora da informação, caindo eu naquele comportamento dos outros que condenava, eu que lia o jornal do dia como essencial para saber o que está acontecendo a cada dia. A internet pode ter muitas vantagens, mas a meu ver tem mais é desvantagens que a informação no papel, no jornal do dial, a palavra escrita.
 
 Informações não solicitadas, e interessantes saber e não interessadas ser sabidas, numa velocidade atrativa, que nem se percebe que se está prestando atenção em algo que não tem nada a ver com essencial e o prioritário; vai absorvendo, sem notarmos...
 
  Eu só sinto a vida... O dia... Solta, com a liberdade de ser. Só à tarde começo a usar a razão e a reflexão, já um hábito.
 
 Mas de manhã é liberdade: levantei cantando o SERIDÓ.
  Minha garganta limpa soou a voz bonita:
 O Seridó, o Seridó, o Seridóooo...! Lá, lá, lá, lará, lará, lará, lará!
 Tará, tará, tará, tará, tará, tará, tará! O Seridó!
 
 Quando canto não penso em nada. É bom...
 
 Tal um passarinho alegre e afinado, fiquei flauteando tal canção, inventando notas tão altas e limpas por puro prazer de viver, de acordar e ir fazendo o meu café.
 
 SERIDÓ é a região nordestina entre o campo e a caatinga, que compreende terras do RN e da PB, e onde se realizam largas culturas de um algodão de fibras longas. Assim diz o Aurélio, acabei de ler. Deve ser um lugar lindo. Pinta logo vontade de viajar e ir lá conhecer esta região e o algodão deles. Nunca pensara o que é o “seridó”. Sempre cantei e era só prazer.
 Acabo de ver que é algo muito belo também. Este nosso Brasil é tão lindo!
 
 Saber do SERIDÓ lembrou também o meu pai, que eu chamava Pai e que sempre contava muitas coisas de Geografia. Geografia no Ginasial era diferente do ensino atual. Mais como dados estatísticos de todo lugar, e saber a capital de cada estado e de cada país. Lembro o meu Pai vendo a minha dificuldade de decorar as muitas ilhas da Indonésia, acho, ele repetiu comigo um quase canto, um modo de memorizar fazendo um ritmo: SUMBA, SUMBAVA, BALI, BALITOM, TIMOR, TIMOLOR... FLORES! Batata! Gravava pra toda vida!

Aí, eu mesma assimilei a coisa e passava pra minha colega e amiga Gloria Maria, uma maneira de decorarmos a classificação periódica de Mendeleiev dos elementos químicos, nomes e pesos atômicos. Mas tinha que ser na pracinha em frente ao Colégio Leopoldinense, entre os canteiros de flor. Todo um ritual para criar uma mnemônica adequada. Para cada número criávamos um referencial para memorizar aquele entre todos os pesos atômicos.

 Por exemplo: EU -EURÓPIO – 152
 Explicando: estávamos diante do Colégio/aula de química do Professor Barcelos/ meu endereço era Rua Cotegipe, No. 152, minha casa em Leopoldina = EU.
 
 Tais lembranças gostosas em final de setembro de 2009!  E a data do aniversário 16 de agosto dele passou no mês passado, e não me lembrei do meu Pai!
 
Eu nem lembrei dele!