FURAR
Furo pra alguns é descoberta,
furo pra outros é achar,
furo, na verdade, está a toda hora,
nos furando.
Furar, não é furar o outro, é pelo Outro ser furado.
E ser furado, não é ser espetado, porque a gente não precisa
chegar no espeto pra saber que está sendo queimado.
O furo, sempre vem, antes do furado. Quem se fura, sem acreditar que seria furado,
já perdeu o furo, se furando a si mesmo.
O furo, sempre vem como verdadeira descoberta, não de jornalistas,
preocupados com a vida alheia.
O furo é sempre o verdadeiro testemunho, de que o humano,
já nasceu furado. E, seu furo, não precisa ser avisado por outros, que se colocam como porta-vozes, do que acreditam ser o furo.
Quando o furo, aparece como o furo, não tem nada de furo.
Porque furo, de verdade, não precisa se furar; é o furo,
do que cada um ver, nos furos do dia-a-dia.
Furar, por furar, matando o outro, é desprezar o seu próprio furo.
Furar, furando o outro, achando que não haverá furo, é en-furecer,
com o furo, que todo humano tem de furo.
Se en-furecer, não querendo se furar, já é se furar, se furando, com o próprio furo,
que deveria vir como aviso de que furar, não é furar, mas é sempre: falar!