SE A PREGUIÇA PASSAR, TALVEZ EU ESCREVA UM LIVRO...

 

     Tenho uma grande amiga, a MARIA OLIMPIA, que certa vez me perguntou porque eu não escrevo um livro . Na ocasião não levei muito a sério a sugestão da minha amiga querida e por vários motivos.

     Primeiro porque não sou escritor. Sou apenas um sujeito que se lembra de alguns fatos, tem uma longa e duradoura amizade com a Dona Insônia e aí, nessas horas aproveito para maltratar o teclado do PC registrando algumas tolices e, de vez em quando, brincando de fazer tolas trovinhas.

    Em segundo lugar, conforme acabam de confirmar os técnicos e assessores do IBOPE e do IBGE, só tenho realmente meia dúzia de leitores o que, de qualquer forma , tornaria inviável a edição e distribuição do meu livro e que certamente só poderia ser encontrado nas bancas de jornais mais modestas.

   E   depois também tem um fato dos mais sérios. Quem escreve um livro tem um tema ou vários temas em mente. Isso quando não publica poesias lindíssimas , com aqueles versos recheados e temperados com palavras difíceis e algumas vezes incompreensíveis , mas que fazem acelerar os corações e são ótimos para se derramar uma cachoeira de lágrimas.

    Mas isso é para poetas e poetisas e eu não sou poeta. Tudo bem , talvez seja apenas um aprendiz de trovador.

    Se  pensasse em escrever um livro uma das primeiras coisas que teria que resolver seria afastar a preguiça. Escrever uma tola trovinha ou uma croniqueta é até rápido, as pessoas leem rápido (pessoas que eu falo são a minha meia dúzia de leitores) e reclamam pouco do que escrevo.

    Já um livro é diferente. Eu teria que escolher um tema com todo cuidado, criar os personagens principais, talvez incluir um mal caráter, acrescentar um delegado, quem sabe uma prostituta e algumas crianças inteligentes e bagunceiras.

   Com essa enorme salada de personagens, que tipo de história  poderia contar ? De ficção ? De aventuras ? De suspense ?

   Um livro romântico  jamais escreveria. E por uma razão muito simples. Não sou romântico. Tenho até um certo receio de ser romântico. Portanto, nada de romantismo.

    Acontece que ando meio preguiçoso para escrever. Sim, eu sei que ninguém deve deixar a preguiça tomar conta mas, não tem jeito. Ando preguiçoso e a preguiça trás como consequência um serio abalo na fonte de inspiração.

    Mas ainda na base dos questionamentos, entre aqueles que compõem o clube dos seis leitores que me prestigiam, quantos realmente comprariam meu livro ? Sei lá ! Difícil dizer.

    Talvez a MARIA OLIMPIA comprasse , não só porque ela é extremamente gentil , mas principalmente porque é muito parecida comigo, tipo assim , somos cupins devoradores das letras.

    Talvez um ou outro amigo também comprasse, incluindo aí minhas netas. É, realmente quanto mais penso em escrever um livro (suspense, aventura ou ficção, romance não !), mais fico com preguiça. Ando muito preguiçoso e até o meu PC tem reclamado.

    Para se escrever um livro seria necessário escolher um título chamativo, desses que despertasse interesse instantâneo (lembrei-me da palavra instantâneo porque neste momento vi um anúncio de um certo tipo de leite em pó).

    B m, com ou sem preguiça, pensei melhor e vou adiar por uns tempos essa ideia (por uns tempos que me refiro é por uns vinte anos, aproximadamente...).

    Vou continuar enrolando e enganando com as tolas trovinhas e com as croniquetas. Afinal, minha meia dúzia de leitores tem reclamado muito pouco e cobrado quase nada.

    E então ficamos assim, se a preguiça passar, talvez...um dia...eu escreva um livro.....



                             *********



(.....imagem google.....)

WRAMOS
Enviado por WRAMOS em 24/09/2009
Reeditado em 19/02/2013
Código do texto: T1829161
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.