Na trave
Enquanto ela chupava,
êle fazia o possível para estar ali.
Mas, estava pensando noutra pelada,
a de domingo, quando seu time,
por pura incompetência sua,
tinha perdido.
Se o seu pau, estava ali,
ainda a meio caminho de ficar duro,
só tinha cabeça para lembrar
do outro pau; o da trave.
Igual ao seu, o danado
tinha lhe pregado uma boa peça.
No penalti, tinha feito uma
cobrança quase perfeita.
Quase, porque a bola não entrou,
bateu na trave.
E com isso, deram adeus ao empate,
quiçá à vitória.
Assim, sem querer,
lembrando do terrível momento,
mordeu o grelo.
Ela gritou e isso então,
foi o suficiente para endurece-lo de vêz.
Ela notou a dureza e rápido-
porque aquilo não acontecia sempre-
o montou. Mexeu-se frenéticamente
para gozar, antes que fosse tarde
e gozou.
Gozou quando êle começou a amolecer.
Fazia tempo que não gozava assim, nêle.
No que será que estaria pensando,
para ter ficado duro daquele jeito ?
O filho da puta, decerto estava
pensando na outra.
Mas, tudo bem. Desde que ficasse duro,
não importava.
Pensando bem, importava sim;
será que êle conseguia gozar
com a outra ?
Ou só batia na trave, como fazia com ela ?
Levantou-se e foi tomar banho.
Deixou-o ali, pensando ainda
no penalti perdido.
E além disso, a mulher fingindo gozar.
Ora essa !
Virou-se e dormiu.
Sonhou com o penalti.
Só que o goleiro, era ela.
No centro do gol, nua, pedia para que batesse.
E êle bateu.
Desta vêz, marcou o gol.
E que golaço !