PRIMAVERA

Quisera poder estar por aqui antes de ontem. Vendo reis e rainhas andando por essas paragens e olhando o mar pacífico, ou caciques andando por essas matas atlânticas e amazônicas. Ambos orgulhosos de seus povos.

Mas ontem invadiram saquearam e mataram fazendo desse genocídio estória a ser estudada em escolas como um grande feito. Tripudiaram, escravizaram, humilharam e mataram reis, rainhas e chefes indígenas. Nem os mares ficaram impunes com tantos dejetos dessa guerra devastadora. Que vigora até hoje.

Impuseram sobre as matas civilizações que a modernidade é de princípio devastador. Diante do previsível caos estamos perplexos com o futuro incerto. Mal tomamos conhecimento da diversidade de recursos naturais de nossas florestas e decretamos seu fim.

Geleiras seculares derretem a olhos vistos. Países frios padecem com calor e os quentes com o frio. Massas de ar gélidas perambulam pelo planeta empurrando o conforto aquecido provocando ventanias, tufões, furacões onde dantes nunca tinham sido vistos ou sentidos, agora, sente a pele desprovida de proteção no conhecimento da segurança prévia.

Mídia vocifera as desgraças sociais, políticas, econômicas e agora climáticas. O que me provoca reflexões é um recorde. Duas mil e noventa e quatro arvores plantadas em quarenta segundos por nossas ruas, avenidas. Flores homenageando a primavera. Esboço de uma atitude preservacionista. Bem vinda à primavera.

22/09/09 15:52