DIAMANTES DE PEDAÇOS DE VIDRO
Qual desejo nos guia? Qual dúvida nos faz parar? Qual medo nos alimenta a fragilidade? Que sonho nos torna heróis? Mesmo que de causas perdidas? Quais causas nos demove? O que esperar dos dias que ainda virão? Como conviver com fantasmas do passado? E não perder as referências?
Às vezes as pessoas esperam respostas.
E elas nem sabem qual foi a pergunta.
Poucas vezes tive certeza absoluta sobre o que quer que fosse. Tudo que é perfeito, absoluto, unânime, me assusta. Melhor é deixar o absoluto com os físicos e a perfeição como parte da fé. Todo o resto é tangível, tátil, mensurável. Dessa forma, numa dialética, o defeito não me atrairia, o nada não me seduziria e as minorias suscitariam um sentido romântico na minha biografia diária. Mas gosto do prazer de conviver com a dúvida.
Eis o que me impulsiona ao encontro do desconhecido.
Nessa dialética invertida, o que sempre me atraiu foi a possibilidade - sempre presente – de desconstruir uma certeza e sustentá-la sob um novo olhar. Um olhar de fora, periférico, marginal.
Eis a visão que o estrangeiro tem da pátria alheia.
Uma visão abstraída de vícios, contradições, obtusidades e gratuidades. Pensar a vida como estrangeiro é escancarar as portas sem medo, desbravar limites e fronteiras, viver dada dia como se fosse o último no lugar que não é seu.
Isso talvez explique muita coisa.
Às vezes as pessoas procuram rotas certas.
E muitas nem sabem o que ver.
wallace puosso
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