O CERNE DA NEGAÇÃO



Para além do Principio da negação da realidade, há uma discursividade oralizada, escrita ou gestual que estrutura o pensamento. Neste, imprime suas marcas, suas amarras, sua liberdade e seu enclausuramento.

Instalam-se possibilidades conflituais que convivem a todo momento disputando espaço. Se esbarram, se acariciam, e às vezes de longe apenas acenam, quando não conseguem chegar, ou ir além da ligação sináptica abrindo, ainda que, num estádio de toque inicial, iluminados toques, novo portal de milhentas possíveis possibilidades.

Esta, trincada ou muito bem lubrificada, engrenagem da alma humana, lhe permite ir em busca de seu prazer, manter sua libido em alta, pulsar vivendo ou idealizando o momento, envolto num processo legítimo e puro da sua própria realidade para muito além do princípio básico, tênue do prazer, numa realidade tão concreta que mesmo sendo impalpável é evento digital fluente e real.

Meras realidades no limiar do sonho e da realidade na mágica da concretude do pensamento do ser desejante que nega, e ao fazer-se desesperança, mais espera, mas se motiva em busca do seu viver e reviver...

Coisas abstratas ao alcance da negação do que se entende por si mesmo no absurdo que lhe contenta, que lhe faz feliz e assusta cada humanidade que contém em si , dando-lhe uma identidade genérica de ' Sujeito Desejante ' porque não acredita que o que sente, e o que vê, com o olhar do seu coração, é o que está mesmo tão perto.

O beijo sonhado, o desejo do aconchego de um abraço, um sorriso entre olhares inebriados, lânguidos de amor... Tudo num breve momento de aceitação sem pensar em enquantos e posteridades.

Posteridades de segundos após àqueles momentos mágicos, já tentam retirar e negar tudo novamente, e ao negar mais deseja que o que ainda fora recente se torne de novo presente, dádiva do grande amor que se negara, mas se tornara por instantes complacente, envolvente e irreverente... Somos isto... Permanentemente.

Ibernise.
Indiara (Goiás\Brasil), 19.09.2009.
Núcleo Temático Filosófico.
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Ibernise
Enviado por Ibernise em 23/09/2009
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