RIBATEJO
A riqueza que tenho hoje, além da vida de um novo dia, são os livros e livros que comprei na Bienal Feira do livro, no Rio.
Acabo de ler a contracapa de um livro de Saramago e fico sabendo que ele fez um blog. Mexeu comigo. Não consigo fazer um blog. Que sabor um livro novo de Saramago em que ainda não li a primeira página. Esta é a minha riqueza. Nada de mais tenho de meu, que exceda eu mesma.
Já escrevi algum texto na Internet em que eu falo: “EU AMO SARAMAGO” ou “Eu te amo Saramago”, coisa assim necessária de ser dita por ser verdadeira. Uma vez, acabando de ler Chico Buarque fui para a sala, onde os filhos estavam relaxados, e cada um curtindo a si mesmo, e declarei em bom tom da toda verdade: “gente, EU AMO CHICO BUARQUE!” Seus lindos olhos de filhos olharam para mim e suas queridas bocas falaram “e toda a torcida do Flamengo!”, como óbvio. E tanto, que acho que eles nem compreenderam a profundidade da minha palavra. Fiquei estupefata!
Agora, que acabei de ler esta contracapa e me enriqueço pelo prazer que vou ter em ler Saramago, eu arredei a xícara do café acabado de tomar, com a porcelana ainda quentinha e, afastando a xícara, afastei o pano para dar espaço para esta escrita que faço e, neste pano, bordado por mim, há uma barra linda em que, bordado em letras maiores em linha branca está RIBATEJO, sobre uma faixa-fundo para este branco nome ser realçado, faixa matizada em “ponto cheio” em cores mais fortes em dégradé no vermelho Pink que vai tonalizando pro rosa, depois verde claro, seguido dos verdes que vão escurecendo, até voltar ao vermelho escuro, de área menor, só para arrematar o fundo e salientar o lindo RIBATEJO. Tal faixa bordada é rodeada de folhinhas verdes junto a florzinhas rosa que vão avermelhando e salpicando o espaço para salientar esta homenagem bordada, como rosinhas e folhinhas soltas no ar e voando no entorno da faixa “RIBATEJO”. Sob essa faixa, vem “bordado em ponto-atrás” em rosa forte, uma pequena homenagem, numa letra que lembra a minha letra do Grupo Escolar. E tudo isto que passa ao papel e aos olhos é tão verdadeiro e belo, por que Saramago é assim: acaba-se de ler um livro seu, e vem um sentimento bom e lindo, de beleza generosa ao pensamento e à alma do leitor, que, se Saramago estivesse presente aqui, seria coberto de beijos e homenagens, de presentes e respeitos de admiração agradecida, pois ele é o presente, a alegria, a plenitude da paz ao pensamento e, agora enriquecida de força, energia e inteligência, deste homem escritor.
Não conheço o lugar Ribatejo, mas este paninho bordado é tão lírico e puro quanto Saramago, e daria uma bela capa para um livro.
Surpreendo-me como sou capaz de fazer coisas lindas e que são esquecidas e ficam no anonimato. Eu me irmano com Saramago, pois o compreendo. Eu não sei se terei o tempo de realizar sonhos.
Mas temos uma coisa em comum, a delicadeza e lucidez, e a humildade de reconhecer que fazemos o lindo na vida.
Comprei tantos livros na Bienal do Livro, que até interrompi uma belíssima leitura “UM OLHAR SOBRE O COTIDIANO” de Raimundo Antonio de Souza Lopes, um escritor aqui do Recanto das Letras, que tem um olhar sobre o cotidiano tão humano e diverso em crônicas, cada uma melhor que a outra. Tive o prazer de comprar pela internet e ele me enviou prontamente pelo correio. Cuido deste livro como um filho da alma do Raí, e aprecio a leitura com vagar, pra não terminar logo. E interrompo com outras coisas boas, como “O LEITE DERRAMADO” DE CHICO BUARQUE, que estou a-d-o-r-a-n-d-o e chorando a cada página, pois nelas me encontro.
Agora este pano bordado à minha frente: o tempo passado nos distancia de nós mesmos.
O passado tem este valor, ele registra o que fomos, e do que somos constituídos.
A riqueza que tenho hoje, além da vida de um novo dia, são os livros e livros que comprei na Bienal Feira do livro, no Rio.
Acabo de ler a contracapa de um livro de Saramago e fico sabendo que ele fez um blog. Mexeu comigo. Não consigo fazer um blog. Que sabor um livro novo de Saramago em que ainda não li a primeira página. Esta é a minha riqueza. Nada de mais tenho de meu, que exceda eu mesma.
Já escrevi algum texto na Internet em que eu falo: “EU AMO SARAMAGO” ou “Eu te amo Saramago”, coisa assim necessária de ser dita por ser verdadeira. Uma vez, acabando de ler Chico Buarque fui para a sala, onde os filhos estavam relaxados, e cada um curtindo a si mesmo, e declarei em bom tom da toda verdade: “gente, EU AMO CHICO BUARQUE!” Seus lindos olhos de filhos olharam para mim e suas queridas bocas falaram “e toda a torcida do Flamengo!”, como óbvio. E tanto, que acho que eles nem compreenderam a profundidade da minha palavra. Fiquei estupefata!
Agora, que acabei de ler esta contracapa e me enriqueço pelo prazer que vou ter em ler Saramago, eu arredei a xícara do café acabado de tomar, com a porcelana ainda quentinha e, afastando a xícara, afastei o pano para dar espaço para esta escrita que faço e, neste pano, bordado por mim, há uma barra linda em que, bordado em letras maiores em linha branca está RIBATEJO, sobre uma faixa-fundo para este branco nome ser realçado, faixa matizada em “ponto cheio” em cores mais fortes em dégradé no vermelho Pink que vai tonalizando pro rosa, depois verde claro, seguido dos verdes que vão escurecendo, até voltar ao vermelho escuro, de área menor, só para arrematar o fundo e salientar o lindo RIBATEJO. Tal faixa bordada é rodeada de folhinhas verdes junto a florzinhas rosa que vão avermelhando e salpicando o espaço para salientar esta homenagem bordada, como rosinhas e folhinhas soltas no ar e voando no entorno da faixa “RIBATEJO”. Sob essa faixa, vem “bordado em ponto-atrás” em rosa forte, uma pequena homenagem, numa letra que lembra a minha letra do Grupo Escolar. E tudo isto que passa ao papel e aos olhos é tão verdadeiro e belo, por que Saramago é assim: acaba-se de ler um livro seu, e vem um sentimento bom e lindo, de beleza generosa ao pensamento e à alma do leitor, que, se Saramago estivesse presente aqui, seria coberto de beijos e homenagens, de presentes e respeitos de admiração agradecida, pois ele é o presente, a alegria, a plenitude da paz ao pensamento e, agora enriquecida de força, energia e inteligência, deste homem escritor.
Não conheço o lugar Ribatejo, mas este paninho bordado é tão lírico e puro quanto Saramago, e daria uma bela capa para um livro.
Surpreendo-me como sou capaz de fazer coisas lindas e que são esquecidas e ficam no anonimato. Eu me irmano com Saramago, pois o compreendo. Eu não sei se terei o tempo de realizar sonhos.
Mas temos uma coisa em comum, a delicadeza e lucidez, e a humildade de reconhecer que fazemos o lindo na vida.
Comprei tantos livros na Bienal do Livro, que até interrompi uma belíssima leitura “UM OLHAR SOBRE O COTIDIANO” de Raimundo Antonio de Souza Lopes, um escritor aqui do Recanto das Letras, que tem um olhar sobre o cotidiano tão humano e diverso em crônicas, cada uma melhor que a outra. Tive o prazer de comprar pela internet e ele me enviou prontamente pelo correio. Cuido deste livro como um filho da alma do Raí, e aprecio a leitura com vagar, pra não terminar logo. E interrompo com outras coisas boas, como “O LEITE DERRAMADO” DE CHICO BUARQUE, que estou a-d-o-r-a-n-d-o e chorando a cada página, pois nelas me encontro.
Agora este pano bordado à minha frente: o tempo passado nos distancia de nós mesmos.
O passado tem este valor, ele registra o que fomos, e do que somos constituídos.