Mulher raiz - uma pequena crônica
Conversando com um amigo sobre os neologismos que a mídia anda jogando nos televisores, infestando a linguagem com termos ora depreciativos, ora sem a menor criatividade, e isso, via satélite, com os devidos avais ovais daqueles que deveriam primar por uma melhor educação para o povo, para não deixar o papo ainda mais chato, deixamos a política de lado e acabamos na pauta de sempre: mulher.
Ele me contou a respeito de dois tipos de mulheres que ilustram o vocabulário contemporâneo. A mulher âncora, aquela que afunda o homem e a mulher balão, aquela que faz o homem subir. Depois de ouvir o discurso inflamado de meu amigo, eu revelei a ele minha preferência: a mulher raiz.
- Mulher raiz? - disse ele, meio encabulado.
- Sim, aquela que não me afunda, nem me deixa nas alturas, perdido entre as nuvens. Mulher raiz é aquela que tem os pés no chão e ao meu lado, traduz o que é ser feliz. Entendeu?
Tomamos a saideira e cada qual seguiu seu caminho.