Uma cidade chamada Coração

O vento que agora sopra com menor intensidade ajuda a empurrar as nuvens negras que teimavam em pairar sobre a cidade. O brilho da luz do sol, antes ofuscado pelo céu carregado, ilumina e dá formas às sombras projetadas junto às edificações. Basta olhar ao redor e constatar que o pior já passou.

A melancolia causada pelo cinza insistente aos poucos é substituída pela alegria e beleza contida no branco de cada sorriso. A vida que antes parecia se arrastar quadro a quadro volta ao seu ritmo frenético, velocidade da luz. Os carros correm, os aviões voam, os corações batem.

Os estragos, ainda evidentes, mantém latentes as lembranças dos tempos de caos que ali existiram. Obviamente que não será fácil esquecer os gritos de dor e desespero que se sucederam. Sons de destruição, cujos acordes, até então desconhecidos, encheram a todos de pânico. Entretanto, a cada rua limpa ou casa reconstruída renasce o sentimento de que será preciso bem mais do que uma tormenta para acabar com a esperança existente em cada um.

Hoje já é possível afirmar que a situação voltou quase à normalidade. Aquele lugar que antes existia nunca mais será o mesmo, mas nem por isso deixará de ser lindo e interessante. As marcas profundas deixadas pelo furacão, tão intenso quanto a saudade, serão sempre visíveis, mas servirão para lembrar dos momentos mágicos que o antecederam. E a cidade volta a pulsar...

Aleda Nati
Enviado por Aleda Nati em 18/09/2009
Reeditado em 22/09/2009
Código do texto: T1817855
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