POESIA É UM ATO DE PAZ
POESIA É UM ATO DE PAZ
Eu amei-te; mesmo agora devo confessar,
Algumas brasas desse amor estão ainda a arder;
Mas não deixes que isso te faça sofrer,
Não quero que nada te possa inquietar.
O meu amor por ti era um amor desesperado,
Tímido, por vezes, e ciumento por fim.
Tão terna, tão sinceramente te amei,
Que peço a Deus que outro te ame assim.
(Alecksandr Pushkin)
Gosto de poesia e comungo do mesmo pensamento de Pablo Neruda, que deixou dito que a poesia é sempre um ato de paz. O poeta nasce da paz como o pão nasce da farinha.
Encantam-me a poesia lírica, que costuma retratar um momento emocional e também os poemas que expressam sentimentos que tocam a alma, como o amor.
Levi Trevisan afirma que a poesia é a mínima distância entre o sentimento e o papel.
É dito que a matéria-prima do poeta é a palavra e, assim como o escultor extrai a forma de um bloco, o escritor tem toda a liberdade para manipular as palavras, mesmo que isso implique romper com as normas tradicionais da gramática. Limitar a poética às tradições de uma língua é não reconhecer, também, a volatilidade das falas.
Bem, fiando-me na liberalidade que é dada ao poeta, atrevo-me a deixar com você o poema que se segue:
QUE FIM MELANCÓLICO
(Zélia M. Freire)
Que fim melancólico
Para o que se presumia
Ser um grande amor
Nem os meus braços
Encontram mais forças
Para estender-se
Perde-se no vazio
Parte de um corpo
Cansado
Da minha boca
Já não se ouve um
Por favor me entenda
Fica comigo
Eu só queria compreender
O porquê deste quase inferno
Quando não mereço
E cá estou
Tão triste
Tão sozinha
Só com as minhas lembranças
E o que restou dela
Dói tanto...
Por que se resume numa
cabeça sobre um colo
que não é o meu