Foto: Nilza Azzi
FIM DE SAFRA
A safra foi excelente. Um pouco adiantada e ainda assim extremamente saborosa e farta. As jabuticabeiras do meu quintal explodiram em flores e depois frutos. Nem sempre ligo muito para eles, mas este ano fiquei muito interessada em ver as frutinhas maduras. Diariamente, logo que começaram a escurecer, ia observar o avanço da cor verde... violeta... e finalmente preta; pretinha como se diz. Elas foram ficando cada vez mais escuras e graúdas. Às vezes não aguentava mais e experimentava alguma, que amarrava e pedia paciência.
E assim foi até que, três semanas atrás, elas começaram a ficar no ponto. Aos poucos, facilitando o consumo gradual.
A cantoria dos pássaros aumentou, atraídos que foram pelo alimento. A variedade aqui não é muito grande, mas bem-te-vis que fazem seus ninhos bem escondidos, mas moram por perto, sebinhos, corruíras, beija-flores, rolinhas, juritis, pardais sempre fizeram parte do cotidiano. Contudo, recentemente passei a ter um casal de joãos de barro como vizinhos de fundos e um outro de sabiás como inquilinos de garagem.
Diante da água que sempre está à disposição, o joão de barro já anda passeando pelo quintal sem timidez, mas não é o caso de dizer que ele é manso. Mantém um limite entre respeitoso e seguro; já os sabiás sempre mantiveram distância e nunca consegui nem mesmo fotografá-los. Fizeram seu ninho e procriaram na mais absoluta discrição.
Conforme mais frutos amadureceram, mais aumentou a gritaria ao redor da árvore. A essa altura contudo, a folhagem ainda estava densa e nada observei, nada chamou minha atenção.
Quando ia até o pé de fruta para comer a fruta no pé, e não há coisa melhor, chegava a sentir-me em comunhão com os bichinhos, parecida com eles, bicando aqui e ali, escolhendo as maiores e mais brilhantes.
Chegou o ponto em que a quantidade de frutas maduras era muito grande. Deixei que as diaristas que vêm ajudar-me uma vez por semana subissem na arvora e colhessem o quanto quisessem. Logo em seguida, poucos dias depois, choveu muito e infelizmente muitas frutas se perderam.Os galhos já não ostentavam tantas redondinha, redondoc que põe na boca faz ploc...o que é, o que é? Jabuticaba!
Esta semana, as árvores já perderam um pouco de suas folhas e muito de seus frutos. Há espaço e o sol penetra sob a copa. Cada vez que ia até o pé de jabuticaba, sentia uma certa culpa, mas achava que ainda não estava competindo; havia para mim e para eles. Desde anteontem, no entanto, o casal de sabiás entende que sou uma invasora. Sem nenhum receio, quando me aproximo, pousam bem perto e começam a gritar, na tentativa de espantar-me e defender seu alimento, seu território. Hoje chegaram tão perto, que pensei que iriam bicar-me... consegui belas fotos e reconheço que chegou a hora de deixar as frutas remanescentes apenas para convidados, vizinhos e inquilinos!
FIM DE SAFRA
A safra foi excelente. Um pouco adiantada e ainda assim extremamente saborosa e farta. As jabuticabeiras do meu quintal explodiram em flores e depois frutos. Nem sempre ligo muito para eles, mas este ano fiquei muito interessada em ver as frutinhas maduras. Diariamente, logo que começaram a escurecer, ia observar o avanço da cor verde... violeta... e finalmente preta; pretinha como se diz. Elas foram ficando cada vez mais escuras e graúdas. Às vezes não aguentava mais e experimentava alguma, que amarrava e pedia paciência.
E assim foi até que, três semanas atrás, elas começaram a ficar no ponto. Aos poucos, facilitando o consumo gradual.
A cantoria dos pássaros aumentou, atraídos que foram pelo alimento. A variedade aqui não é muito grande, mas bem-te-vis que fazem seus ninhos bem escondidos, mas moram por perto, sebinhos, corruíras, beija-flores, rolinhas, juritis, pardais sempre fizeram parte do cotidiano. Contudo, recentemente passei a ter um casal de joãos de barro como vizinhos de fundos e um outro de sabiás como inquilinos de garagem.
Diante da água que sempre está à disposição, o joão de barro já anda passeando pelo quintal sem timidez, mas não é o caso de dizer que ele é manso. Mantém um limite entre respeitoso e seguro; já os sabiás sempre mantiveram distância e nunca consegui nem mesmo fotografá-los. Fizeram seu ninho e procriaram na mais absoluta discrição.
Conforme mais frutos amadureceram, mais aumentou a gritaria ao redor da árvore. A essa altura contudo, a folhagem ainda estava densa e nada observei, nada chamou minha atenção.
Quando ia até o pé de fruta para comer a fruta no pé, e não há coisa melhor, chegava a sentir-me em comunhão com os bichinhos, parecida com eles, bicando aqui e ali, escolhendo as maiores e mais brilhantes.
Chegou o ponto em que a quantidade de frutas maduras era muito grande. Deixei que as diaristas que vêm ajudar-me uma vez por semana subissem na arvora e colhessem o quanto quisessem. Logo em seguida, poucos dias depois, choveu muito e infelizmente muitas frutas se perderam.Os galhos já não ostentavam tantas redondinha, redondoc que põe na boca faz ploc...o que é, o que é? Jabuticaba!
Esta semana, as árvores já perderam um pouco de suas folhas e muito de seus frutos. Há espaço e o sol penetra sob a copa. Cada vez que ia até o pé de jabuticaba, sentia uma certa culpa, mas achava que ainda não estava competindo; havia para mim e para eles. Desde anteontem, no entanto, o casal de sabiás entende que sou uma invasora. Sem nenhum receio, quando me aproximo, pousam bem perto e começam a gritar, na tentativa de espantar-me e defender seu alimento, seu território. Hoje chegaram tão perto, que pensei que iriam bicar-me... consegui belas fotos e reconheço que chegou a hora de deixar as frutas remanescentes apenas para convidados, vizinhos e inquilinos!