ENVERGONHADA

Quero alcançar a paz que tanto necessito. Quero o descanso do meu corpo torturado pelos tropeços do caminho. Quero adquirir e conservar o amor que apareceu, pois apesar do cansaço, apesar das batalhas que perdi, dos golpes que sofri, não me sinto derrotada. Minha procura não foi vã, eu encontrei o que idealizava, eu confirmei meu sonho, agora é necessário transformá-lo em realidade.

Se meu pensar é semelhante ao teu, se tua pureza se assemelha a minha e tens em ti, ainda e apesar de tudo, a espontaneidade e a simplicidade que cultivo, é necessário que fiquemos juntos.

Não foi fácil te encontrar. Eu vaguei todo o meu tempo a tua procura. Eu encontrei o vento que me fustigou até deixar suas marcas em meu corpo. Eu senti a chuva que feriu meus olhos ao mesclar-se as minhas lágrimas. Eu sofri o mormaço de um verão solitário e machuquei meus pés nas estradas. E quando veio o inverno, eu estava sozinha e o frio me penetrou. Eu chorei as minhas lágrimas, quase todas, e senti a tristeza invadir meu coração. Eu perdi, quase, a esperança. E quase abalei a minha fé.

Hoje, porém, estou calada, envergonhada, sem coragem de olhar a Luz que me rodeia. Reconheci agora que nunca estive sozinha, que não caí porque tive amparo, que não estou vencida porque não fui abandonada. Eu vislumbrei a mão do Anjo que guiou meus passos...

É de joelhos que estou neste momento. Os lábios emudecidos, mas o coração falando. Um arrependimento pela dúvida, um agradecimento ao Ser que orientou meus passos, um pedido para concretizar meu sonho e conservar o amor que encontrei.

Giustina
Enviado por Giustina em 16/09/2009
Reeditado em 14/02/2014
Código do texto: T1814544
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.