A SOMBRA DO SER
 



 
É possível falar de fracasso sem pensar em sucesso? Uma ideia pode existir sem a outra, como a sombra e luz, harmonia e caos? De que forma os dois lados da mesma moeda convivem? Há sorte no sucesso? E falta dele no fracasso?


Há quem diga que tudo depende de estar "no lugar certo, na hora certa e com a pessoa certa". E o tal sucesso acontece. E o fracasso seria o avesso dessa combinação: estar sempre no lugar errado, na hora errada e com a pessoa errada?


Se não existe a noção do mérito associado ao sucesso, nem somos educados pra valorizar a conquista bem sucedida, os rótulos da sorte, apadrinhamento, proteção irregular por laços privilegiados, ditariam as regras de um jogo onde o "juiz" não arbitra igualmente pra todos.


Persistir em situações que a experiência mostra inadequadas é fracassar por escolha. Muitas vezes nossa intuição "avisa" que algo, alguém ou o próprio caminho não é a melhor saída, mas insistimos em não perceber os sinais de alerta da nossa própria consciência. E continuamos a dar murro em ponta de faca.


Relutar em adotar certos procedimentos também pode levar ao fracasso. Alguns recuam por motivos éticos. Outros simplesmente se desligam de qualquer princípio moral e atingem degraus mais elevados, justamente por "flexibilizar" ao máximo seus próprios códigos de conduta, chegando, na verdade, a deixá-los à deriva.


Suponho que fracassar ou ser bem sucedido também dependa de outras variáveis. Muitas pessoas talentosas morrem, sem nem ao menos chegar perto do reconhecimento. E isso em qualquer tempo, não apenas hoje. O pintor Van Gogh passou fome, viveu em barracos e morreu sem conhecer o sucesso. Um exemplo entre tantos.



O fracasso é a sombra de um náufrago que se agita nas águas do ser idealizado.






(*) IMAGEM: GOOGLE

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Dolce Vita
Enviado por Dolce Vita em 16/09/2009
Reeditado em 15/07/2011
Código do texto: T1813368
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