Corrompendos corações
Mais uma vez me repito, aliás, como a política brasileira também o faz, como cachorro sarnento correndo para coçar o rabo com os dentes, fica rodando, latindo e nunca sai do lugar. Os cães ladram e não mordem. Não alcançam o rabo, mas ainda balançam o mesmo, já nossos políticos, tem muita força, mas não conseguem balançar a cola. O peso é tamanho que nem com os eleitores todos conseguiriam soerguer seus eleitos. Nesta republiqueta de viralatas, me sinto também, como cusco sarnoso que não para quieto e arranca a cola para não ficar correndo em círculos.
Tem dias inclusive que fico sem me pronunciar diante de tanta balburdia para não ficar igual papagaio, só trocando o nome dos envolvidos, ou os criativos nomes adotados pela Policia Federal a cada, anunciada de antemão, varredura nos suspeitos. Agora temos que acatar democraticamente a decisão arbitral de comandantes de autarquias públicas que mesmo acusados de montanhas processos, continuam no cargo.
A alegação de que não há provas, não sei quais seriam provas contundentes, há gravações e indícios fortes, às vezes até imagens, mas alegam ser inocentes até se provar em contrário. Com a morosidade da justiça, faz-se uso de CPIs e relatórios do TCU, ou TCEs, e desacreditam os do MP. Nesse imbróglio de letrinhas, dados ao povo analfabeto que digere como sopa, entram cidadãos de caráter e moral duvidosas, com mais processos judiciais que muitos daqueles que investigam.
No RS se dá ao luxo de dizer que temos os cidadãos mais politizados do país, temos a presidente de uma CPI com vários processos contra ela, e um presidente de TCE, que responde a outros tantos processos. Não estou aqui dizendo que são culpados, há muitos indícios apenas, mas até provar que são inocentes vai uma estrada, que pelos buracos, demorará anos para chegar no fim, onde temos uma bela pizzaria com forno à lenha.
Agora que nosso presidente do TCE está sofrendo de problemas cardíacos pediu afastamento do cargo, para tratamento de saúde física, a moral, abalada, ou não, não precisa de tratamento? Se não fosse o coração do presidente, ele morria agarrado no osso. Sai fora e prova a alegada inocência e voltará mais forte do que nunca.
Essa balela medíocre de ser mais do Gaúcho, não passa de uma dualidade histórica, nada de politização, ou se é de um lado, ou de outro. Nunca votamos na situação. O dualismo derrotou os dois lados. Para o povo só sobrou a glória do passado e um assustador futuro.