O mundo é pequeno

Logo que chegamos em Londres, uma das moças do nosso grupo chamou por telefone um rapaz a quem devia entregar uma encomenda. Ele, mais que depressa, apareceu lá no hotel, não sei se curioso por causa da encomenda ou da portadora. E como esta ainda não se encontrava devidamente embonecada para conhecer um rapaz em Londres, pediu-me que fosse recebê-lo. Relutei um pouco, não estava disposta a gaguejar, já que falo mal e porcamente o inglês. Enquanto descia as escadas, fui ensaiando umas frases de praxe. Chegando ao último degrau, dei um grito. Quem estava ali era um colega de classe dos tempos de colégio! Fizemos tanto barulho, eu e ele, que todo mundo veio ver o que era. Só depois disso é que a moça apareceu com o pacote.

Ainda nas primeiras noites, saímos em busca de uma boate da moda, que ficava no bairro do Soho. Sem encontrá-la, andávamos de um lado para outro quando começou a chover. Não querendo perder mais tempo na chuva, resolvemos pedir informação a uns rapazes que passavam. Ao nos aproximarmos deles, Helena também deu um grito. Ali estava um conhecido de infância, seu vizinho lá em Poços de Caldas...

Nem preciso dizer que eles aderiram ao grupo e fomos parar num pub que nada tinha a ver com a tal boate. E acabamos nos divertimos bastante.

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(1994)