BONS TEMPOS AQUELES
Bons tempos aqueles.
Estou saudosista neste momento. Tempo que não volta mais, nem menos. Frase de efeito duvidoso. Efeito devolutivo. Expressões latinas. Fruto proibido. Palavras sem nexo. Frases e fases nebulosas, enquanto o sol brilha a todo vapor.
Noutro momento, introspectivo, penso que não estaria nesta situação se não fossem aquelas aventuras tantas, aquela compulsão por emoção. Tempos alucinados, juventude transviada de alegria de viver, liberdade. Mas o tempo cobra um preço muito alto, exorbitante.
As prioridades naqueles tempos eram outras. Eu era o filho, agora sou o pai. O tempo é o mesmo, mesmo. Frase utópica e pra lá de efeito duvidoso. É o mesmo para todos, o tempo?
Vivo hoje como se fosse o jovem de outrora com a mente aquecida pela experiência. Os tombos e as quedas várias serviram para alicerçar a base e tornar-me uma pessoa mais benevolente, descomplicada.
Conheci algumas ferramentas indispensáveis ao equilíbrio: me conheci melhor, meus um metro e setenta, cabelos lisos, olhos claros, e uma visão do mundo mais flexível.
Os sonhos não foram abandonados, apenas guardados para após a tempestade. A tolerância aumentou, e o amor injetou novo combustível no motor já desgastado, dando novo impulso para as viagens que pretendo fazer ainda.
A tranquilidade, no meio do caos, a alegria, entre tantos percalços, são frutos de uma sementinha plantada no terreno da emoção, há muito tempo atrás.
Nesta jornada, quilômetros e quilômetros percorridos, décadas e décadas para aprender que o belo da vida se encontra nas pequenas coisas do cotidiano, no infinito e no exemplo do amar sem esperar nada em troca.
Bons tempos aqueles que me trouxeram até aqui.