O Dpto. Pessoal e os Humanos

Li aqui um lindo texto de uma pessoa sensível falando sobre como preencher currículos, era uma pessoa informada e muito bem posicionada, que deu excelentes conselhos e me fez escrever este texto.

Sou consultor de empresas e terapeuta ocupacional, alem de mago, sim mago, ou seja uma pessoa que tem um dom de observar o mundo que me cerca com muita intuição, mas confesso que com uma alto grau de racionalidade o que nem sempre combina. Mas o equilíbrio é ótimo.

Bom. Vamos ao que interessa, neste tempo de vida e de trabalho, vi a complexidade que uma contratação para uma vaga de emprego tem atingido, consultores, como eu, são chamados e elaboram complexos testes e avaliações com base em sistemas elaborados de psicodrama, programação neuro-linguistica, analise de grupo, gerenciamento de risco e atitude, enfim, cada qual usando cada vez mais de ferramentas que se fazem aparentemente fundamentais a analise dos candidatos a vaga, isto me faz neste instante repensar e propor algumas questões.

Uma delas é que será que a pessoa que esta ali naquele momento esta sequer em condições de ser avaliada? Nunca vi fazer parte desta analise, me desculpem os que a façam, a preocupação de ver o ser humano, como ele chegou ali, sua atual possibilidade de chegar no horário previsto, passar horas esperando sua vez, tenso com a vida que esta levando e as vezes com a falência moral, famílias, intelectual e financeira que a falta de um emprego gera na vida do humano candidato.

Sim já ouvi varias vezes explicações que mesmo a capacidade desta pessoa em lidar com estes fatores é importante, mas isto me faz sentir um desequilíbrio, uma certa desumanidade.

E se a empresa que oferece a vaga fosse ser tão avaliada?

Ela passaria numa entrevista de seu Departamento de Pessoal? Termo antigo? Fora de moda? Agora chama Recursos Humanos? Mas será que mudou? Será mesmo uma parte Humana de uma organização moderna e orgânica? Ou só um nome bonito para gerenciar pessoas de uma forma fria?

A empresa tem se preocupado em ser sustentável? Ter responsabilidade social? Indicadores sociais são feitos junto aos fornecedores de produtos e serviços? Seus empregados tem noção de auto-gerenciamento, participação, compatibilidade de ganhos e plano de carreira? Alguma visão de futuro? Missão e visão da empresa são postos em pratica ou são apenas placas escritas na parede do corredor?

M e lembro de uma vez há alguns anos que passei por um complexo processo de avaliação como candidato a uma vaga, dias e dias de teste em tempo integral, sem nenhum suporte alimentar, ou preocupação com isto, para ser avaliado como extra-super-dotado (risos) - parece coisa de texto erótico – para uma vaga numa empresa que absolutamente não tinha o menor perfil, eu e a empresa éramos absolutamente incompatíveis, mas precisava do emprego e lá fui, ainda bem que me chamaram de outro lugar onde so fiz uma rápida entrevista com o dono que foi com minha cara e me contratou, fugi do emprego para o qual tinha tido tão fantástica avaliação como quem foge o inferno.

Quando fui patrão e empresário usava este método, chamava a pessoa, conversava e sentia seu potencial, uma hora de bom papo, olhos nos olhos, claro que tive problemas, mas numa porcentagem ínfima perto das outras empresas prestadora de mesmo serviço.

Bom , não pretendo ter a verdade mas levantar a visão mais humana e menos tecnocrata, dos recursos de humanidade numa relação de quem contrata e quem procura a vaga no contrato, vejam conceitos de organograma como o Spirit in Bussiness, usado em algumas grandes empresas pelo mundo, onde a proposta é de que a empresa seja um organismo vivo, buscando a consciência empresarial positiva.

Que todos os departamentos sejam pessoas e humanas.

Guilherme Azambuja
Enviado por Guilherme Azambuja em 12/09/2009
Código do texto: T1806506
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