Soleira do coração

Não somos nós, Italianos,

mas, antigamente, lá em casa,

todos os Domingos,

era dia de macarrão,

era dia de festa.

Nem cabíamos todos à mesa.

Eu fazia meu prato

e sentava rente a soleira;

prato na mão espalmada

e a colher na outra.

Uma briga sempre,

que comer macarrão com colher,

era uma luta entre eu

e o bendito prato.

Depois, o kisuco

limpava a goela e era rua,

porque não cabia

todo mundo dentro de casa.

Mas, não importava,

éramos crianças,

éramos das ruas.

O que importa é que

até hoje, cabemos todos

no coração da Mãe Isaura

e da Tia Clara!