BRINCANDO DE PROFETA

BRINCANDO DE PROFETA

Eu sou o falcão negro da noite sem estrelas em que o sol nasceu...

Eu sou o solitário vento que nasce nas estepes mais que refrigera as planícies...

Eu sou a gaivota que viaja nas aturas mais que beija o mar como se fosse a tua boca...

Eu sou o brilho da manhã que nasce sorrindo mais que derrama lágrimas ao se despedir das estrelas.

Eu sou aquele que veio do centro mais que quando fala se ouve do oriente ao ocidente, aquele que veio para mostrar que os dias de paz se findam e a guerra logo começa, uma batalha diferente de todas já vistas e há quem diga que é o final dos tempos, a crueldade acima de todas suportadas, assistidas ou contadas ou: o dia que o homem virou caça...

Já faz tempo que analiso o comportamento humano nas mais diferentes situações, sem desmerecer a historia, a regionalidade e até mesmo fatos isolados que compõe a dramática situação a qual estamos por viver.

O aprendizado nos mostra com clarividência que o homem nasceu possuído de todos os defeitos comuns os quais possamos enumerar. Primariamente um caçador nato, predador e que utilizou a sua condição de pensamento, inteligência para fazer nascer nas linguagens os adjetivos usuais na caça predatória e na consecução de seus desejos e fantasias esbarrando assim na consumação das maiores atrocidades patrocinadas ou não mais que leva sempre ao poder.

Imagine um menino brincando com armas de fogo em formato de plástico (brinquedo), atirando pedras em calangos , gatos e cães ou mesmo com estilingue fazendo a sua primeira vitima, um pássaro lindo, azul que cantava no alto de uma arvore? O mesmo menino já adulto aprendendo tiro ao alvo, artes marciais ou táticas de guerra? Ele que não aceita desculpas, que briga, bate e mata em nome de valores que crer?

Quantas batalhas, guerras agressões e até crimes perpetrados contra seus próprios semelhantes. Tortura, imposição de sofrimentos e morte. Em razão de que? Porque?

Existiria no fundo da alma, no âmago da verdade algo que pudesse justificar tais coisas? Obviamente não! E por essas razões ao longo da existência humana nos transformamos em colecionadores de atrocidades, nos generalizamos a genealogia do absurdo e somos protagonistas da peça final da comedia humana...

A nossa experiência viva e inata de atacar e fazer a guerra estão com os dias contados, mais logo seremos caça, bem de consumo, carne, alimento...

Ontem, ao cair da tarde um pássaro pousou no meu ombro. A brisa soprava suave pelo cais e o sol inclinava perigosamente contra o mar, o céu tomou uma cor violácea com tons cinzas e avermelhados e os últimos raios singravam a crista da onda refletindo nas vidraças seculares dos casarões como se fossem cristais incrustados sabiamente em uma peça única, uma obra de arte. Absorto em meus pensamentos e ante a encenação perfeita do ato teatral que remonta reminiscências onde o belo e o trágico contracenam e quem assiste é a própria vida... Vida de um planeta claudicante e agonizante que só pede paz. Ao longo, um sibilar tristonho que não era do vento mais das vertentes que movem as paixões e que inflam as velas da nau do amor, foi quando ouvi aquela voz firme e incomparavelmente bela a me falar: agora a historia muda, vocês serão unidos e não mais guerrearam entre si, mais cuidarão uns dos outros porque agora são todos vos comida, alimento, cadeia alimentar dos genos, semi-homens com inteligência, argúcia e força que virão de uma galáxia distante para caçá-los mais um dia vocês vencerão mais essa batalha e eles, os que sobreviverem baterão em retirada, porem até lá muitos haverão perecido e o sofrimento será grande mais faz parte da experiência humana. Divulguem, ninguém vai acreditar mais fale assim mesmo e até lá resguardai-vos até que eu volte a ti. Seja, pois com Deus