UM DIA EM PAZ
Costumo pautar minhas relações pela gentileza. E isso pode ser algo inútil em tempos hostis. Acontece que eu a-do-ro inutilidades.
Acho encantador não perguntar para que serve algo. Minha natureza terrivelmente questionadora, tira férias de mim, nessas horas onde a maior liberdade é a ausência dos "manuais" de como agir, ser, olhar, classificar, definir, etc e tal.
Você já reparou quantos adjetivos recebe por dia?
Como pode ser interessante não se preocupar tanto com o que o outro é ou deixa de ser.
E não precisar de fórmulas para viver. Tantas receitas engessam a vida.
Há inúmeras maneiras de olhar o mundo. Quantas possibilidades!
Nessa hora de recreio pessoal, sou apenas isso: horizonte aberto.
Quando contemplo a beleza de algo e distraída, sinto a brisa desalinhar meus cabelos, sem que isso se transforme em um drama porque acabei de arrumá-los, encontro minha melhor parte.
Na simplicidade de um gesto tolo descubro e conheço um pouco mais da minha natureza, sem precisar recorrer a nenhuma teoria que exija raciocínios intricados. Nada de elocubrações. Posso ser acessível a mim neste espaço de liberdade!
Quero uma rede para descansar do mundo hiperativo.
Então, escrevo no balanço de um pretexto para viver um dia em paz.
(*) Imagem: Google
http://www.dolcevita.prosaeverso.net