Embriaguez
Embriaguez
Baudelaire falava da embriaguez de uma maneira tão simpática, que ficávamos com a idéia de que talento e álcool não deveriam ser incompatíveis; todos numa taberna em Roma, com os cornos cheios de vinho e cantando com Luciano Pavarotti em seus estrídulos admiráveis - Vivere, Vivere, Vivere...Veio-me à cabeça a figura de La Siocciara, representada por Sofia Loren, que nos causou tanto desgosto, casando-se com o velho Diretor. Minha cabeça está comandada pelo Chianti e eu falo mal descaradamente de Carlo Ponti, que teve a audácia de se apossar de la Siocciara, como se tivesse esse direito...Baudelaire aos 36 anos escandalizava a sociedade parisiense de 1857, com a publicação de Flores do Mal; 10 anos após, morria cheio de desgostos e decepções, pois, tinha um temperamento definido como problemático, principalmente para quem foi seu vizinho, viajou com ele, ou sequer leu suas obras. Escrevi sobre as flores que deixei murchar, sem coragem de entregá-las à destinatária, que preferia flores artificiais, tão perfeitas que parecessem naturais, com a vantagem de nunca murcharem; é possível que essas flores artificiais tão perfeitas, sejam as próprias flores do mal.