QUANDO A CONSCIÊNCIA NÃO É VOZ
Quem atentamente acompanha os fatos sociais e políticos divulgados através da imprensa, não só da escrita, mas daquela que também linca sua voz às imagens das notícias daqui e do mundo, pode perceber que há um movimento muito sutil e preocupante no que diz respeito ao direito de liberdade de expressão aqui pelas bandas da América Latina.
Juntando os episódios lamentáveis dum quebra cabeças de fatos semelhantes, ou seja, vez ou outra uma menção bronqueada dum homem público quanto às notícias e opiniões divulgadas pelos jornais ou dalgum jornalista mais em foco, ou um "hermanito" lá de cima que fecha uma televisão, ou até a notícia que corre hoje do incidente com o jornal argentino CLARÍN, percebe que o todo da dita "liberdade de expressão" está meio abalado, correndo o risco de desfiguração.
O fato é que entre nós já vimos esse filme antes, numa história não tão remota assim.
E agora a discusão mais nova lá no Senado, quanto ao possível cerceamento das propagandas e opiniões políticas em período eleitoral via INTERNET.
E eu estou aqui para tecer algumas considerações de cidadã que gosta de pensar analisar e escrever, já que estamos num site literário aonde vez ou outra fazemos uso do dito direito de expressar o pensamento livremente dentro das regras que nos são colocadas pela administração do recanto.
Dizem lá nossos Senadores que a questão está apenas sendo regulamentada, e que sites "sociais" como o nosso, ou os twiters e blogs não estão sendo questionados. Uffa! Ainda bem!
Porém, alegam que vídeos do YOUTUBE, ou CHARGES de fatos políticos que circulam por emails possam vir a manchar a imagem dos candidatos e mudar o rumo das eleições.
Pois bem, primeiramente existe uma diferença grande entre se emitir opiniões através das letras ou doutra forma de expressão artística como música, teatro e desenhos, e entre se achincalhar alguém.
O fato é que ultimamente quando nos deparamos com manisfestações sobre o que ocorre no cenário político brasileiro a gente tem uma dificuldade muito grande para se entender quem achincalha quem:
se são os fatos que nos achincalham, se são os políticos que se achincalham e nos achincalham, se são as criticas que querem achincalhar os achincalhes à altura dos fatos, enfim, se são os políticos que achincalham a NAÇÃO.
Muito difícil discernir quem é o maior achincalhador, nesse cenário de achincalhação ampla total e irrestrita a qualquer tempo e lugar.
Vossas excelências poderiam nos ajudar?
De toda sorte, não podemos fugir de duas assertivas: os fatos não são criados pelo povo, são criados pelos políticos, e respeito sempre foi um via de mão dupla.
Algo a se repensar lá no Senado, portanto.
Mas um fato me intriga e aqui levanto uma questão: Afinal, estão com medo de quê, ou melhor, de quem? Da INTERNET? Bobagem!
Se imaginarmos que o acesso a internet ainda é tão restrito a poucos (que têm opiniões, mas que embora possam formar opiniões NÃO mudam as opiniões formadas) quanto aos muitos que não têm acesso à mínima alfabetização (aquela de definição técnica, não teórica), eu lhes pergunto, qual o peso dum email, ou dum youtube nesse nosso segmento de cidadania excluído de peso político? Ainda que nos seja dado o direito de pensar, fiquem tranquilos que não temos a força de mudar nada!
Portanto aos senhores Senadores, estou aqui respeitosamente para sosssegá-los. Eu, a exemplo de muitos, apenas amo meu país e aqui tento pensar com toda lisura sempre em prol da Nação, aliás, DOU-ME AO RISCO DE PENSAR que os senhores deveriam fazer o mesmo.
Não acredito que esse seja o melhor caminho, o de se preocupar com o que pensamos pela internet. As verdades escapam por todos os meios, não apenas pelos "emails"de comunicação interpessoal.
A solução é simples: policiem-se com muita "censura de consciência" para não criarem fatos achincalhantes.
Tão fácil quanto tirar bala de criança.