UM ALMOÇO

                        Habitualmente, na época do meu aniversário, sempre convido um grupo de amigos, os mais chegados é claro, para almoçarem comigo, matarmos as saudades e botarmos a conversa em dia.

                         Este ano eu andava planejando que, ao invés do almoço costumeiro, iria fazer um jantar dançante com banda e os meninos-dançarinos da minha academia de dança. Mas... nem tudo acontece como a gente planeja e, por motivos de saúde, não aconteceu o jantar, sequer houve o almoço.

                         Porém os amigos cobram e cobram, também, os livrinhos que sempre faço e distribuo como lembrança. Seleciono um punhado de meus versinhos e os reúno em um livreto que eu mesma componho digitando e preparando uma capa colorida. Depois mando xerocar e temos o produto final que fica, até, bem aceitável.

                         Assim, atendo aos pedidos e à satisfação imensa que me proporciona, fomos almoçar, na última quarta-feira, bem ali, no "Regina Diógenes" onde a comida e o ambiente primam pela excelência e pelo bom gosto.

                          Nessa foto que ilustra o texto dá para se ter uma idéia. Quero, porém, alertar que a senhora sentada não está tomando sopa como parece, mas sim deliciando-se com pudim de claras, ambrosia e um "não-sei-o-quê" de chocolate. Quanto a mim fico só babando de inveja, já que essas delícias me são proibidas. Também saí um tanto estrábica, fotógrafo amador por certo, mas afirmo que não o sou. Podem perguntar à Claraluna que esteve aqui e me conheceu ao vivo e a cores (um pouco desbotadas é verdade), e pode confirmar o que digo.

                          O almoço decorreu num clima alegre e bem animado, com leitura de vários textos e algumas brincadeiras em torno de poemas mais sensuais como este:

                                     SÓ SONHO

                           Sonhava com o mar embalando
                           o meu sonho, complacente.
                           Porém eis que, de repente,
                           senti-me, perdida, afogar.
                           Busquei ar e encontrei
                           a tua boca faminta,
                           qual uma sombra indistinta
                           junto à minha
                                          a me beijar.

                           Engraçado é que as pessoas das mesas vizinhas parece que ficam contagiadas com nosso alvoroço e acabam por pedir os livrinhos para conhecerem os poemas. Ora, se bem não faz, mal é que não há de fazer.

                            Dessa maneira passamos algumas horas agradáveis no mais doce congraçamento. Estar entre amigos é bom demais, é uma massagem na alma. Não existe terapia melhor. Acreditem!

 
                                                           set-2009