ONDE EU ESTAVA QUE NÃO SEI

Estava andando pelas ruas da minha (minha?) cidade, quando vi um daqueles marabalistas andando num monociclo, que os artistas de rua controlam com tanta elegância.

Daí, fiquei pensando aqui comigo: por que não criar também um carro com uma roda só? Iríamos economizar três pneus.

Dando asas aos pensamentos, pensei, se posso inventar um carro com uma roda só, por que não posso inventar outras coisas para facilitar (ou complicar, ainda mais) nossas vidas. Um prédio com um apartamento só, todos morando juntos, todas as famílias unidas, presentes em todas as situações. Escadas por todos os lados, sem paredes e divisórias. Loucura não, apenas encenações mentais.

Estas invenções, em outra análise, não dariam certo, errado? As pessoas não entenderiam o poder de aglutinação presente nelas. Tudo em prol da satisfação humana, melhorar a qualidade de vida - discurso político ou apolítico? As pessoas, gostam é de ver o espetáculo, mas quando é pra colocar a mão na massa, se rebelam e jogam tudo pro ar, desligam a tv, se escondem, enfiam a cabeça num buraco, como a avestruz, daquele tamanho, não tem nem idéia da sua força.

Bem, as invenções pararam por aí, meu poder imaginativo estancou após vários raciocínios ilógicos que também perambulavam pela minha mente demente. ONDE EU ESTAVA EU NÃO SEI.

Não tem pé nem cabeça, não tem consideração, não tem fôlego para continuar nesta caminhada rumo ao desconhecido? Vem, procura nossos especialistas e terá a solução de seu problema em minutos. Num passe de mágica, seus problemas desaparecerão. Aparecerão? Todos são iguais perante a lei, mas com um bom advogado e muito dinheiro no bolso, a decisão será favorável, com certeza. É carta marcada, é prognóstico fácil de ser acertado. É mais fácil do que acertar na loteria. Mãe Diná vende os números premiados da Mega Sena, é só ligar e depositar na conta corrente número tal, que o resultado é esperado. Qual? ONDE EU ESTAVA NÃO SEI.

O mapa do planeta está sempre mudando, até a geografia muda, a fé move montanhas, por que eu não consigo? Onde eu estava, não sei.

Parei de escrever mecanicamente, como comecei, se o resultado não foi o esperado, também eu não estava esperando. Tudo não passou de uma tentativa em vão de me entreter, vocês entendem? Não estava fazendo nada, sexta-feira, falar sobre o quê? Sobre mim, não! Sobre vocês? Nem te conheço. Também, falar da vida dos outros é falta de educação, no meu caso, falta de assunto. Mas, o tempo é curto, o espaço é democrático mas tem outras pessoas para serem lidas e estou tomando (na marra) o tempo de vocês. Tudo que eu falei, escrevi, esqueçam, não passa de um delírio indefinido que se apossa de mim em alguns destes momentos. Não tem cura nem remédio. ONDE EU ESTAVA NÃO SEI.

florencio mendonça
Enviado por florencio mendonça em 11/09/2009
Reeditado em 05/05/2015
Código do texto: T1804261
Classificação de conteúdo: seguro